Comissão das lágrimas, de António Lobo Antunes
vozes e (hiper)imagens contra “o silêncio do mundo”
Palabras clave:
António Lobo Antunes, Imagem, Hiperimagem, Trauma, ViolênciaResumen
Em 2011, António Lobo Antunes lançava seu vigésimo terceiro romance: Comissão das lágrimas. Nesta obra, a tensa relação entre Portugal e suas ex-colônias abre espaço para um dos mais sangrentos episódios da história de Angola após a sua independência, em 1974: a atuação de um tribunal militar especial que acabou popularmente conhecido pelo nome que dá título ao romance. O presente artigo tem por objetivo demonstrar como, nesse romance, as imagens, a exemplo das fotografias e seu entendimento na construção do trauma, entendidas também como hiperimagens, quase sempre construídas em um registro lírico, cumprem o papel de sínteses ou de índices da violência. O uso de imagens atende a demandas contemporâneas relacionadas às condições discursivas do outro, historicamente silenciado.
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