Viagem à salvação do que vincula
uma leitura de As Estações da Vida, de Agustina Bessa-Luís
DOI:
https://doi.org/10.58943/irl.v1i57.18695Palabras clave:
Agustina Bessa-Luís, Memória, Imaginário, Literatura, PersonagemResumen
Agustina Bessa-Luís é a escritora mais prolífera de toda a literatura portuguesa. O centenário da autora de A Sibila é a celebração da obra e do pensamento de uma contemporânea. A seguinte proposta de comunicação tem como objetivo analisar As Estações da Vida, publicada em 2002, e refletir sobre a importância do bulício das estações de comboio da linha do Douro como forma de memória e de imaginário de um tempo e de uma região. Os azulejos da estação do Pinhão ou da gare de São Bento são o pretexto para o desfiar de um novelo literário e humano, que nasce a partir do perscrutar daqueles pequenos quadrados azuis e brancos, que contam histórias das vindimas e da azáfama do quotidiano do Norte e do Douro: “os azulejos contam toda uma poesia que não é épica, é o viver de todos os dias, é um sermão sem sotaina, é um contrato sem filosofia” (24). Encontramos em As Estações da Vida um mundo inteiro, vivo e garrido, a partir da escrita prodigiosa de Agustina, que revela o local e o universal de uma forma única, sinestésica e impressionista. As Estações da Vida guardam e contêm, portanto, a salvação do que vincula.
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