Fradique e seus descendentes
esboço de um percurso
DOI:
https://doi.org/10.58943/irl.v1i57.18713Palabras clave:
Carlos Fradique Mendes, Eça de Queirós, Perry Vidal, José Eduardo Agualusa, Fernando VenâncioResumen
Há personagens que sobrevivem a seus autores, e trabalhados por outras mãos, vão ganhando novas vidas. Um excelente exemplo é Edmond Dantès. O protagonista de O conde de Monte Cristo será inicialmente apropriado por Alfredo Hogan em A mão do finado (1853) e depois seguirá aparecendo em outras obras, lançadas nos últimos 170 anos. O mesmo ocorreu com Fradique Mendes, por mais que o seu caso seja mais complexo. Quando irrompe em 1900 na Correspondência de Fradique Mendes (Eça de Queirós, 1997), já tinha uma vida anterior: havia publicado poemas em A Revolução de setembro e O primeiro de janeiro e, em 1870, ressurgido, rapidamente, em O mistério da estrada de Sintra (Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, 1997) . Mesmo após a morte do organizador de sua correspondência, ele continuará vivendo. Aparecerá, entre outras obras, em O único filho de Fradique Mendes (Perry Vidal, 1950), e, mais recentemente, em O Enigma das Cartas Inéditas de Eça de Queirós (José António Marcos,1996), Nação crioula (José Eduardo Agualusa, 1997), Os esquemas de Fradique (João Venâncio, 1999), Autobiografia de Carlos Fradique Mendes (José Pedro Fernandes, 2002) e Eça de Queirós, segundo Fradique Mendes (Sónia Louro, 2018). O objetivo de nosso texto é tratar da primeira obra em que é feito referência a um descendente de Fradique, a carta política de 22 de março de 1909, escrita por João Chagas e dirigida a Fradique Filho, para depois tecer considerações sobre três romances em que Fradique também teve descendentes.
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