30 anos sem Manuel da Fonseca:
considerações sobre o tema da infância em seus contos
DOI:
https://doi.org/10.58943/irl.v1i57.18727Palabras clave:
Neorrealismo, Manuel da Fonseca, Infância, Aldeia Nova, Prosa poéticaResumen
2023 marca 30 anos da morte de um dos grandes expoentes da corrente neorrealista portuguesa, Manuel da Fonseca. Pela ocasião da efeméride, importa-nos rever sua obra, repensá-la e refletir sobre aspectos que confirmam sua originalidade. Assim, embora levemos em conta toda a sua obra, tomamos como corpus a coletânea de contos Aldeia Nova. Dentre diversos temas interessantes nas narrativas, o da infância chama a atenção por ser trabalhado de forma particular por Manuel da Fonseca: a criança não é só o centro de algumas das histórias, como também é responsável pela focalização dos acontecimentos e perpassa a totalidade do livro. O leitor tem contato com a áspera realidade do espaço ficcional através do olhar curioso, inocente e descobridor dessas personagens que, não participando ativamente do sistema socioeconômico, analisam-no de um modo diferente e revelador. Todo esse olhar é marcado pelo uso lúdico da prosa poética. Logo, pretende-se, com este trabalho, verificar a relevância da questão infantil na construção narrativa de Manuel da Fonseca, partindo de dois contos de Aldeia Nova: “O primeiro camarada que ficou no caminho” e “Sete-estrelo”. Para tal, tomamos como metodologia o close reading e como embasamento principal o Discurso da narrativa, de Gérard Genette e “O concerto dissonante da modernidade”, de Antônio Donizeti Pires.
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