Tradição e atualidade em certa poesia brasileira contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.58943/irl.v1i58.18750Palabras clave:
Poesia, Tradição, Atualidade, Dissídio, ConsciênciaResumen
Partindo do princípio de que a poesia tem papel ativo na constituição da nossa relação com a linguagem e com a realidade (Siscar, 2010), e tendo em vista a existência, no Brasil, de poetas que escrevem poesia “com sinais evidentes de leitura de literatura portuguesa” (Silveira, 2008), busco aprofundar, estudando a obra de poetas que se enquadrem nessa descrição, uma das principais características da poesia portuguesa mais recente, ou seja, a consciência de uma irreversível “virtualização do real” (Martelo, 2007). E esse aprofundamento passa, a meu ver, pela consideração dos problemas relativos ao autoconhecimento, que entraram na ordem do dia com o surgimento da Filosofia da Mente (Ryle, 1984) e com o ceticismo radical representado pela suposta impossibilidade do acesso aos nossos próprios estados mentais (Putnam, 1975). Como tento demonstrar, mas do que se caracterizar pela presença de certo conteúdo da tradição, o que certa poesia brasileira contemporânea propõe é uma atualização epistemológica do tema dissídio como modo de pensar, ou seja, como uma linguagem, ao deslocar a sua dialética de distanciamento e reaproximação entre pólos em conflito (Marnoto, 2015) para a relação do eu com a sua própria consciência, cujo acesso se tornou tão problemático quanto a percepção do real na poesia herdeira da tradição moderna.
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