Camilo e “O frade que fazia reis”

Autores/as

  • Antonio Augusto Nery UFPR/CNPq – Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas – Departamento de Literatura e Linguística – Curitiba – PR – Brasil

DOI:

https://doi.org/10.58943/irl.v1i57.18772

Palabras clave:

Camilo Castelo Branco, “O frade que fazia reis”, (Anti) clericalismo

Resumen

A coletânea de textos As virtudes antigas ou a freira que fazia chagas e o frade que fazia reis é composta por quatro narrativas, sendo que as duas primeiras, as mais extensas, ensejam o nome alternativo que consta no título. Os dois últimos textos, respectivamente “A filha do pasteleiro de Madrigal” e “Um poeta português...rico!”, são menores e estão em um apêndice intitulado justamente “As virtudes Antigas”. Por ter sido publicada em 1868, a obra compõe o corpus do projeto de pesquisa “(Anti) clericalismo em obras de Camilo Castelo Branco” (CNPq), que venho desenvolvendo com o intuito de compreender a forma e o teor dos discursos clericais e anticlericais que são veiculados intermitentemente na ficção camiliana, focando, nesta primeira etapa, produções da década de 1860. Neste trabalho darei atenção à segunda narrativa da coletânea, “O frade que fazia reis”, em que o narrador camiliano relata sua versão da história de frade Miguel dos Santos (1537-1538 (?) – 1595), um dos diversos indivíduos que forjaram o retorno de Dom Sebastião (1555-1578), após o seu desaparecimento na Batalha de Alcácer Quibir (1578). Se na primeira parte do relato temos o narrador exaltando as características positivas do religioso, a partir do momento no qual os planos para a fraude são revelados, as críticas ferinas ao comportamento do frade explicitamse, fazendo com que a narrativa, a meu ver, constitua-se exemplo importante para se compreender o modo com que Camilo lida com o clericalismo e o anticlericalismo nessa e em outras de suas produções.

Publicado

06/03/2024