Desterrar o deserto: miragens em meio à terra arrasada

Autores/as

  • Mariana Ruggieri USP – Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada. São Paulo – SP – Brasil. 05508-010

Palabras clave:

Roberto Bolaño, Deserto, Terra arrasada, Profecia,

Resumen

Este ensaio busca compreender a imagem do deserto na obra de Roberto Bolaño, tendo como foco principal os dois romances Los detectives salvajes e 2666. Parte-se do pressuposto de que a sua escrita força a convivência de duas leituras distintas do deserto, que têm como origem genealogias diferentes. Por um lado, há o deserto que retoma a imagem da terre gaste, de Chrétien de Troyes e da waste land de T.S Eliot; por outro lado há o deserto que se inscreve nos motivos do exílio e da errância, associado ao nomadismo da busca pelo outro, em que o deserto cumpre função de promessa. Esse segundo deserto é o espaço que permite a fuga aos desertos contemporâneos da ficção, em que a literatura semeia (de modo ambivalente) a terra arrasada.

Publicado

01/03/2016

Número

Sección

Literaturas de língua espanhola