Da crise da representação à reconsideração da mímesis: refrações da ditadura militar em Zero e A festa
Mots-clés :
Romance pós-64, Zero, A festa, Crise da Representação, Mímesis,Résumé
Quando publicados, Zero, de Ignácio de Loyola Brandão, publicado em 1975, e A festa de Ivan Ângelo, publicado em 1976, foram obras de grande repercussão, figurando entre as listas de romances mais vendidos, em razão da temática e da forma. Ficaram conhecidos como romances “da ditadura militar”, o que acabou travando uma ligação direta entre texto e contexto de que emergiram. Sempre fora cara a relação entre “literatura”, “realidade”, “verdade”, “sujeito”, “mímesis” e “ficção”. Esse relacionamento se transformou, ao longo do tempo, dentro de um paradigma do pensamento ocidental – que foi se consolidando, com variações – essencialmente metafísico ou substancialista e que entra em crise na virada para o século XX. Aqui tomamos por hipótese que Zero e A festa, antes de serem romances “da ditadura militar brasileira de 1964”, são legatários de tal crise do final do século XIX. Isso significa que ambos possuem outra relação, indireta, com o real que evocam. Propomos essa hipótese por meio da contextualização dos conceitos de “Crise da Representação” (PELLEGRINI, 2007; 2009) e de Reconsideração da mímesis (LIMA, 2014). Zero e A festa são romances emersos da conjuntura ditatorial e possuem sua forma intensificada por ela, mas de origem anterior.
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