K. Relato de uma busca e a recordação impossível da morte
Mots-clés :
Ditadura militar, Narrativa, Desaparecimento, Busca, Morte,Résumé
Este artigo analisa o romance K. Relato de uma busca, de Bernardo Kucinski. Propõe-se, com base na reflexão de Philippe Lacoue-Labarthe (2011), a literatura como rememoração de um evento para o qual não há lembrança: a morte. Assim, aproxima-se essa compreensão de narrativa e o período histórico da ditadura militar, quando o Estado de exceção, após a tortura e o desaparecimento de cidadãos brasileiros, negou a seus familiares a verdade histórica sobre sua morte. A morte, portanto, se torna impossível para aqueles que foram atingidos pelo terrorismo de Estado. A narrativa torna-se território de um morrer infinito, que leva ao limite a morte impossível dos desaparecidos políticos. Trata-se de um trabalho ancorado em discussões de pensadores da escrita depois de Auschwitz, que podem lançar luz sobre a impossibilidade do testemunho e da ficção em face de um evento no qual a história se abisma e se abrasa.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
Os manuscritos aceitos e publicados são de propriedade da revista Itinerários. É vedada a submissão integral ou parcial do manuscrito a qualquer outro periódico. A responsabilidade do conteúdo dos artigos é exclusiva dos autores. É vedada a tradução para outro idioma sem a autorização escrita do Editor ouvida a Comissão Editorial.