Topofilia e espaciosidade em Lanzarote
a experiência epifânica de Saramago
DOI :
https://doi.org/10.58943/irl.v1i57.18739Mots-clés :
José Saramago, Lanzarote, Topofilia, ExperiênciaRésumé
Publicado em 2022, por Pilar del Río, A intuição da ilha: os dias de José Saramago em Lanzarote constitui um livro singular e extremamente sensível. Situado entre os gêneros biografia, crônica e diário, entre acontecimentos vividos na Casa – assim grafada pela autora –, a escrita de vários romances - muitos deles consagrados pela crítica -, os passeios pela ilha vulcânica até culminar com os encontros travados ora com escritores consagrados, a exemplo de Carlos Fuentes e Ernesto Sábato, ora com personalidades como Sebastião Salgado, a obra narra com ênfase e muita desenvoltura os últimos 18 anos de Saramago, mais precisamente entre 1992 e 2010, em Tías, no sul da ilha, próxima à costa do Marrocos. O objetivo dessa investigação é trazer à tona a experiência afetiva de Saramago pelo olhar de sua parceira e companheira de todas as horas, de que modo a relação topofílica com Lanzarote interferiu na escrita de vários de seus romances, de que modo a liberdade conquistada na ilha – sua espaciosidade – permitiu a obtenção de momentos epifânicos. Para tanto, servirão de aporte teórico os estudos desenvolvidos pela Geografia Humanista Cultural, de base fenomenológica, a partir de Bachelard (2008), Tuan (2012; 2013), Dardel (2011) e Relph (2012), bem como as reflexões específicas sobre a produção de Saramago nas obras de Reis (1998) e de Aguilera (2008).
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