Do verbal ao visual: as estratégias da enunciação em duas narrativas de horror
Mots-clés :
Literatura e cinema, Adaptação, Infidelidade, Enunciação, Intertextualidade,Résumé
Para a semiótica francesa, a enunciação, pressuposta no enunciado, é uma instância que faz a mediação entre as estruturas semionarrativas (virtualizadas) e a discursivização (as estruturas realizadas sob a forma de discurso). A enunciação pode ser reconstruída a partir de pistas que espalha no enunciado. Em The masque of the red death, conto (Poe) e filme (Corman), há a instauração de duas instâncias enunciativas diferentes, com suas próprias estratégias discursivas. Na narrativa de horror desses dois enunciados, a construção das categorias enunciativas (pessoa, espaço e tempo) é estabelecida por dois enunciadores que manipulam o leitor/espectador, mantendo entre si uma relação intertextual. Tal relação coloca um problema que parece permanecer quando há a transposição de uma obra literária para o cinema: a infidelidade. Essa, problematizada como algo inerente ao processo de uma tradução intersemiótica, pode ser considerada, às vezes, como um grande exagero. A intertextualidade é, a priori, uma propriedade constitutiva de qualquer texto e, ao mesmo tempo, o conjunto das relações explícitas ou implícitas que um texto ou um determinado grupo de textos mantém com outros textos. Isso pode ser observado quando o conto e o filme, nesse caso, instauram um diálogo entre si e passam a operar com duas instâncias enunciativas distintas explicitadas na intertextualidade, revelando uma transgressão temática comum: ludibriar a morte. Tomando como base esse pressuposto, o que se pretende aqui é verificar, pelo viés da semiótica francesa, como esses enunciados dialogam entre si e comportam dois enunciadores distintos, mostrando que a infidelidade não deve ser considerada como a base de análise de uma leitura fílmica feita a partir de uma obra literária.Téléchargements
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Rubrique
Literatura & Cinema
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