As máquinas celibatárias de Herberto Helder
DOI:
https://doi.org/10.58943/irl.v1i58.18661Palavras-chave:
Poesia portuguesa contemporânea, Herberto Helder, Máquina, SagradoResumo
Há muitas máquinas na poesia de Herberto Helder. Máquinas verbais, corporais, encantatórias, máquinas que, sobretudo, avultam no quadro dessa obra em virtude de uma assombrosa gratuidade. Máquinas inúteis, que em sua radical recusa às tarefas práticas, assemelham-se a objetos monstruosos, a verdadeiros prodígios, revelando, então, uma profunda afinidade com o poético enquanto manifestação divina. Sendo assim, neste ensaio, gostaríamos de explorar dois problemas presentes na obra do autor de Photomaton & vox: 1) o cruzamento entre o fazer poético e a ação maquínica, considerando ambas as práticas sob o particular ponto de vista de sua disfuncionalidade; 2) a inaudita relação entre a máquina lírica herbertiana e a propiciação do sagrado. Ao fim e ao cabo, buscaremos nos ocupar da questão de como a noção de Deus, em Herberto Helder, pode se vincular, não à razão última de todas as coisas, mas antes à desrazão e à perda de sentido, aspectos não de todo estranhos ao seu engenho poético.
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