Ao encontro do autor
Saramago e Peixoto no romance Autobiografia
DOI:
https://doi.org/10.58943/irl.v1i59.19595Palavras-chave:
Literatura Portuguesa Contemporânea, José Luís Peixoto, José Saramago, Escrita autobiográfica, Romance AutobiografiaResumo
No romance Autobiografia, lançado em 2019, o escritor português José Luís Peixoto traz para o seu universo ficcional José Saramago, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1998. A narrativa, que percorre explicita e implicitamente a obra de Saramago, gira em torno da angústia provocada em um jovem escritor pelo desafio de publicar um segundo romance, que confirmasse seu talento, enquanto tenta cumprir a tarefa de biografar o consagrado colega. Nosso trabalho observa questões inerentes ao próprio título do romance, destacando a presença do autor em sua obra, mesmo quando se propõe a falar de qualquer outra coisa além de si mesmo. Num romance que se propõe a apresentar um escritor pela mão de um outro, a defesa de que os textos são autobiográficos é evidenciada. A esse respeito, a pesquisa de Phillipe Lejeune publicada em O pacto autobiográfico, é nosso principal apoio teórico; e também a posição do próprio José Saramago, exposta em entrevistas e textos de diferentes gêneros, como em seu romance Manual de pintura e caligrafia. Acerca das estratégias de escrita próprias de Saramago das quais Peixoto se apropria, defendemos a expectativa de um leitor-modelo que dispõe de elementos para identificar a presença do “biografado” na narrativa; que é o espaço do econtro desses dois autores. Contribuem na análise, dentre outros, os teóricos Umberto Eco, Theodor Adorno, Gyorg Lukács e Ricardo Piglia.
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