Religião e sexualidade no Brasil: tecnologias de si e do eu na historicidade discursiva da construção do sujeito brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.29373/sas.v8i1.13204Palavras-chave:
Religião, Sexualidade, História, Técnicas de Si, Tecnologias do Eu.Resumo
Objetiva-se refletir o tema da sexualidade a partir da construção discursiva/histórica de seus mecanismos de controle pelas instituições, especialmente a religiosa. De forma linear, destaca-se a história da sexualidade a partir da Antiguidade: de um lado, o Oriente, onde a sexualidade era percebida como iluminação espiritual, de outro, o Ocidente, em especial a filosofia clássica greco-romana, que a aceitava, sem uma imposição moralista, porém o prazer devia ter regramento. Já na Idade Média, a partir do cristianismo, a sexualidade passa a ser compreendida e discursivizada como pecado. Neste período destaca-se a influência da visão de mundo medieval de forma definitiva em nossa moral sexual. Por fim, na história do Brasil, a religião tem influência na moralidade sexual já a partir da colonização e doutrinação jesuítica até as posições oficiais das religiões atuais sobre a sexualidade, sobretudo a posição da Igreja Católica, com o papa Bento XVI. A partir desse olhar na historicidade discursiva, pretende-se também investigar em que medida é possível desenvolver uma compreensão teológica que tenha como pressuposto a abordagem sobre as técnicas de si e as tecnologias do eu empreendidas por Michel Foucault em sua última fase, principalmente em sua obra A hermenêutica do sujeito.
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