Repensando a ciência e a inovação
Uma análise pela perspectiva decolonial em diálogo com a teoria ator-rede
DOI:
https://doi.org/10.52780/res.v28i00.16909Palavras-chave:
Decolonialidade, Ciência, Tecnologia, Inovação, Teoria ator-redeResumo
O artigo propõe, por meio de revisão de literatura, repensar a ciência e a inovação através da perspectiva decolonial, dialogando com a Teoria Ator-Rede. Ressituando o início da modernidade na Conquista da América, evidencia-se a constituição da primeira identidade moderna, oriunda da classificação entre conquistadores e conquistados na ideia de raça. Nesse cenário, o fazer ciência passa a ser compreendido deterministicamente, pretensamente objetivo e neutro, como único conhecimento válido. Dessa forma, se objetiva refletir sobre a discursividade das ciências modernas, dando voz a formas distintas de conhecimento. Uma tentativa de denúncia da Colonialidade do Saber, sendo sugeridas as noções e os projetos da Transmodernidade e das Epistemologias do Sul. Conclui-se que essas outras formas de conhecer podem se apresentar como alternativas à ordem hegemônica do capital, a qual reproduz o mito do progresso infinito e do controle do planeta, submetendo o conhecimento e as inovações ao mercado.
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