Patrimônio gastronômico, mobilidade turística e distinção

Autores

DOI:

https://doi.org/10.52780/res.v30i2.20075

Palavras-chave:

Distinção, Cultura Gastronômica, Tradição, Turismo, Pierre Bourdieu

Resumo

O artigo explora a relação entre gastronomia, mobilidade turística e distinção social, fundamentando-se na teoria de Pierre Bourdieu. Parte-se da premissa de que a alimentação vai além da nutrição, atuando como marcador de status e identidade cultural. O consumo de alimentos e vinhos tradicionais, por exemplo, está ligado ao capital cultural e social, reforçando divisões de classe. Assim, a globalização e a digitalização transformaram a gastronomia numa experiência midiática e simbólica, onde a distinção se expressa pelo acesso a restaurantes de luxo e pela patrimonialização da culinária. O turismo enogastronômico reflete essa dinâmica, segmentando visitantes entre consumidores de experiências elitizadas e turistas de massa. Além disso, o texto critica a invenção de tradições gastronômicas e o uso do storytelling para criar narrativas que legitimam práticas excludentes. No contexto atual, o desejo pela alta gastronomia é reforçado pela mídia, mas permanece inacessível para muitos, mantendo uma posição social através do consumo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Giulia Crippa, Universidade de Bolonha, Bolonha, Itália

Professora associada do Departamento de Bens Culturais da Un diversidade de Bolonha (Itália). Bacharel em Lettere Moderne - Universitá degli Studi di Bologna (1993), Especialista em Arquivologia - Escola do Arquivo de Estado de Parma, 1995), Doutora em História Social - Universidade de São Paulo (1999), Livre Docente em Ciências da Informação - Universidade de São Paulo (2012). Foi Professora Titular da Universidade de São Paulo, Campus de Ribeirão Preto, no curso de Ciência da Informação e Documentação (2017-2018).É professora credenciada de Mestrado e Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da ECA-USP. Realizou estágio de pós-doutorado no CSAC/Centro Studi e Archivio dela Comunicazione (Universidade de Parma, Itália).

Marco Antonio de Almeida, Universidade de São Paulo, Brasil

Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP) e Mestre em Sociologia pela mesma instituição. Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), na área de Cultura e Política. Livre-Docente em Ciência da Informação e Documentação pela USP. Atualmente, é Professor Titular da USP, atuando no curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. Também é professor e orientador no programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da ECA-USP. Realizou período de pós-doutorado junto à Universidade Carlos III de Madrid (2013-2014). Líder do PRACTIC - Grupo de Pesquisa de Práticas Culturais e Tecnologias de Informação e Comunicação.

Publicado

29/07/2025

Como Citar

CRIPPA, G.; ALMEIDA, M. A. de. Patrimônio gastronômico, mobilidade turística e distinção. Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 30, n. 2, 2025. DOI: 10.52780/res.v30i2.20075. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/estudos/article/view/20075. Acesso em: 25 dez. 2025.