O diagnóstico psiquiátrico e desafios para outra biopolítica da infância

Autores

DOI:

https://doi.org/10.52780/res.v27iesp.2.16823

Palavras-chave:

Diagnóstico psiquiátrico, Infância, Biopolítica

Resumo

A partir de “encomendas” que chegam a serviços de atendimento de crianças e adolescentes, problematizamos o diagnóstico psiquiátrico e desafios contemporâneos para outra biopolítica da infância. Refletimos criticamente em torno do sistema classificatório de diagnósticos em saúde mental e seus usos específicos na infância. Discutimos como o saber psiquiátrico hegemônico tem transformado a infância em um lócus privilegiado de governo da conduta e intervenção sobre risco e desempenho. Por fim, colocamos questões para produzir ao mesmo tempo acolhimento de crianças com sofrimento mental e práticas de cuidado menos normativas e disciplinares.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luana Marçon, Universidade Estadual de Campinas, Campinas – SP – Brasil

Departamento de Saúde Coletiva, Faculdade de Ciências Médicas. Terapeuta ocupacional e doutoranda em Saúde Coletiva.

Henrique Sater de Andrade, Universidade Estadual de Campinas, Campinas – SP – Brasil

Departamento de Saúde Coletiva, Faculdade de Ciências Médicas. Médico e doutor em Saúde Coletiva.

Referências

ANDRADE, H. S.; CARVALHO, S. R.; OLIVEIRA, C. F. de. Leituras do governo neoliberal do Estado e da saúde. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 32, 20 abr. 2022.

ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA. DSM-5 - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 5. ed. [s.l.] Artmed, 2014.

BARROS, S.; BALLAN, C.; BATISTA, L. E. Atenção psicossocial a crianças e adolescentes negros no SUS: caderno de textos. São Paulo: EEUSP, 2021.

CAPONI, S. O DSM-V como dispositivo de segurança. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 24, n. 3, p. 741–763, set. 2014.

CAPONI, S. Subjetividade e verdade: em torno a uma hermenêutica psiquiátrica de si mesmo. In: JUNIOR, A. B.; SEVERO, C. G. (Eds.). Foucault e as linguagens. Campinas, SP: Pontes Editores, 2018.

CARVALHO, S. R. et al. Nosso “futuro psiquiátrico” e a (bio)política da Saúde Mental: diálogos com Nikolas Rose (Parte 4). Interface - Comunicação, Saúde, Educação, v. 24, 2020.

CARVALHO, S. R. et al. Medicalização: uma crítica (im)pertinente? Introdução. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 25, n. 4, p.1251–1269, dez. 2015.

CASTEL, R. A Ordem Psiquiátrica: a idade de ouro do alienismo. Rio de Janeiro: Graal, 1978.

CONRAD, P. The Medicalization of Society: On the Transformation of Human Conditions Into Treatable Disorders. 1. ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2007.

DONZELOT, J. A Polícia das Famílias. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2012.

FOUCAULT, M. O poder psiquiátrico: curso dado no College de France (1973-1974). São Paulo: Martins Fontes, 2006.

FRANCES, A. Opening Pandora’s box: the 19 worst suggestions for DSM5. Psychiatric Times, v. 27, n. 3, 1 mar. 2010.

HACKING, I. Inventando Pessoas. In: HACKING, I. Ontologia Histórica. 1. ed. São Leopoldo: Unisinos, 2009. p. 115–130.

LAJONQUIÈRE, L. de. A psicanálise, o autismo e a prevenção na infância: a polêmica Lei 13.438. In: CAPONI, S.; BRZOZOWSKI, F. S.; LAJONQUIÈRE, L. de (Eds.). Saberes Expertos e medicalização no Domínio da Infância. São Paulo: Liberars, 2021.

LOBO, L. F. O nascimento da criança anormal e a expansão da Psiquiatria no Brasil. In: RESENDE, H. (Ed.). Michel Foucault: O governo da infância. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

MCCARTHY, M. Director of top research organization for mental health criticizes DSM for lack of validity. BMJ, 2013. DOI: 10.1136/bmj.f2954.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID 10: Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas. 1. ed. [s.l.] Artmed, 1993.

PATEL, V. et al. Mental health of young people: a global public-health challenge. The Lancet, v. 369, n. 9569, p.1302–1313, abr. 2007.

ROSE, N. S. Our psychiatric future: the politics of mental health. Cambridge ; Medford, MA: Polity, 2019.

ROSENBERG, C. E. Contested Boundaries: psychiatry, disease, and diagnosis. Perspectives in Biology and Medicine, v. 49, n. 3, p.407–424, 2006.

SAFATLE, V.; JUNIOR, N. S.; DUNKER, C. Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico. 1. ed. São Paulo: Autêntica, 2021.

Publicado

30/09/2022

Como Citar

MARÇON, L.; ANDRADE, H. S. de. O diagnóstico psiquiátrico e desafios para outra biopolítica da infância. Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 27, n. esp.2, p. e022024, 2022. DOI: 10.52780/res.v27iesp.2.16823. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/estudos/article/view/16823. Acesso em: 23 abr. 2024.