Explorando o eurocentrismo nos manuais portugueses de História

Autores

  • Marta Araújo
  • Silvia Rodrígues Maeso

Palavras-chave:

Raça, Poder, Eurocentrismo, Educação em Portugal, Manuais escolares de história,

Resumo

Neste artigo, apresentamos uma abordagem analítica desenvolvida no âmbito do projecto de investigação “Raça” e África em Portugal: um estudo sobre manuais escolares de história. Em particular, exploramos a construção de uma visão eurocêntrica da história nacional/europeia resultante de uma epistemologia assente numa concepção teleológica do tempo histórico e no desenho de uma geografi a que se baseia na dicotomia centro/periferias. Para tal, propomos três linhas analíticas: (i) o emprego do espaço/tempo para a construção de uma narrativa histórica lógica; (ii) o uso do Estado nacional democrático como paradigma de administração política, social e económica; (iii) a naturalização de relações de poder e violência, de forma a produzir uma narrativa despolitizada de certos processos cruciais (como a escravatura ou a cristianização). De seguida, analisamos as implicações deste enquadramento para a educação, argumentando que a prevalência de uma epistemologia positivista – que propõe uma abordagem compensatória à diferença, por meio da inclusão de outras versões da história – é incapaz de desafi ar e transformar as narrativas eurocêntricas ofi ciais. Concluímos com a proposta de uma abordagem empírica para o estudo dos manuais escolares que considere a diversidade de actores envolvidos na sua produção e circulação e a multiplicidade de leituras dos textos.

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Publicado

06/05/2010

Como Citar

ARAÚJO, M.; MAESO, S. R. Explorando o eurocentrismo nos manuais portugueses de História. Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 15, n. 28, 2010. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/estudos/article/view/2559. Acesso em: 28 mar. 2024.