EURÍDICE FUGIDIA - A NINFA ANDRESIANA
DOI:
https://doi.org/10.58943/irl.v1i59.19591Palavras-chave:
Perda, Eurídice, Ninfa, Arte poética, FracassoResumo
Título de diversos poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen, Eurídice representa um tropo vital para a discussão acerca da linguagem e da escrita empreendida na poética andreseniana. Em sua concepção metafórica, a personagem representaria um fracasso do poeta na busca pela poesia, que não pode ser alcançada como plenitude ideal e se reverte no próprio poema: encenação de esforço e de perda – a tentativa de captura do pássaro do real, nas palavras da própria Sophia em sua “Arte poética III”. Como observa Blanchot, “(...) somente no canto Orfeu tem poder sobre Eurídice, mas, também no canto, Eurídice já está perdida”. Nesse sentido, é necessário perder Eurídice e sempre se perderá Eurídice. Na esteira dessa reflexão, nos indagamos, então, se seria possível compreender Eurídice como representação da Ninfa, personagem alegórica de Aby Warburg que Georges Didi-Huberman compreende como uma alegoria teórica, imagem fundamental da concepção da sobrevivência do historiador da arte alemão: fugaz, estrangeira, “a heroína dos “movimentos efêmeros do cabelo e da roupa”. Cabe, portanto, tentar compreender de que forma essa Ninfa percorre a obra de Sophia e o que sua presença parece indicar a respeito de sua poética.
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