EURÍDICE FUGIDIA - A NINFA ANDRESIANA

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.58943/irl.v1i59.19591

Palabras clave:

Perda, Eurídice, Ninfa, Arte poética, Fracasso

Resumen

Título de diversos poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen, Eurídice representa um tropo vital para a discussão acerca da linguagem e da escrita empreendida na poética andreseniana. Em sua concepção metafórica, a personagem representaria um fracasso do poeta na busca pela poesia, que não pode ser alcançada como plenitude ideal e se reverte no próprio poema: encenação de esforço e de perda – a tentativa de captura do pássaro do real, nas palavras da própria Sophia em sua “Arte poética III”. Como observa Blanchot, “(...) somente no canto Orfeu tem poder sobre Eurídice, mas, também no canto, Eurídice já está perdida”. Nesse sentido, é necessário perder Eurídice e sempre se perderá Eurídice. Na esteira dessa reflexão, nos indagamos, então, se seria possível compreender Eurídice como representação da Ninfa, personagem alegórica de Aby Warburg que Georges Didi-Huberman compreende como uma alegoria teórica, imagem fundamental da concepção da sobrevivência do historiador da arte alemão: fugaz, estrangeira, “a heroína dos “movimentos efêmeros do cabelo e da roupa”. Cabe, portanto, tentar compreender de que forma essa Ninfa percorre a obra de Sophia e o que sua presença parece indicar a respeito de sua poética.

Biografía del autor/a

Letícia Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGLEV/ UFRJ) na área de Literaturas Portuguesa e Africanas com bolsa FAPERJ Mestrado Nota 10. Foi bolsista da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) entre março de 2023 e maio de 2024. Bacharel em Letras: Português-Latim. Integra o Laboratório Parque de pesquisa, crítica e leitura de poesia (LAPA/UFRJ). Graduada em Licenciatura em Letras: Português-Literaturas pela mesma instituição com Título de Dignidade Acadêmica Magna Cum Laude. Foi monitora bolsista do Setor de Literatura Portuguesa da UFRJ (2021-2022), desenvolvendo pesquisa na área, e pesquisadora voluntária do Programa de Estudos sobre o Uso da Língua (PEUL). Tem se dedicado à leitura da obra de Sophia de Mello Breyner Andresen, investigando sua poesia e sua relação com o fazer poético.

Publicado

03/12/2024