MANUEL DE FREITAS
RESPOSTA CRÍTICA
DOI:
https://doi.org/10.58943/irl.v1i59.19610Palavras-chave:
Manuel de Freitas, Poesia contemporânea portuguesa, Poesia e criseResumo
Em entrevista publicada no primeiro volume da revista brasileira de poesia e crítica cultural Ouriço, o poeta, editor e crítico literário português Manuel de Freitas responde de modo taxativo a uma pergunta sobre a ligação entre poesia e música no mundo contemporâneo: “Não antevejo grande futuro nem para a música nem para a poesia”. Há algo de ambíguo na declaração, notadamente quando Manuel de Freitas dá tal resposta a um entrevistador que também era um dos editores da recente publicação de um livro seu no Brasil, Jukebox, reunião da série poética de mesmo título editada em Portugal nos anos de 2005, 2008 e 2012. Chama atenção que essa afirmação do poeta tenha dado título à entrevista, “Não antevejo grande futuro para a poesia”, numa publicação quase toda dedicada a divulgar poemas contemporâneos e poetas em atividade. Estamos diante de um modo de inserção da poesia no panorama editorial brasileiro, passando, de certa forma, pelo discurso da negação da poesia contemporânea, amparado por uma renúncia mais geral do contemporâneo, percebido como tempo de crise. Os poemas de Jukebox, aliás, contribuem para o argumento, pois vários deles acusam certa insuficiência do discurso poético para dar conta ora da enunciação presente, ora da evocação do passado. Interessa, nesse contexto, testar a proposição — sustentada, por exemplo, por Marcos Siscar —, de que o discurso da crise é um modo específico de inserção da poesia na contemporaneidade, incluso, em sua enunciação, tudo o que nele houver de exagero, paradoxo, ou aparente ilogicidade.
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