De verbo ad verbum: reflexões setecentistas acerca dos modos de traduzir nos textos liminares da Arte Histórica de Luciano Samossateno
Palavras-chave:
Dedicatórias, Luciano de Samósata, Tradução literal, Tradução livre,Resumo
Este artigo objetiva investigar duas perspectivas vigentes em Portugal no século XVIII acerca dos procedimentos empregados para a realização de traduções, a partir dos textos liminares ao livro Arte histórica de Luciano Samossateno, traduzida do grego em duas versões portuguesas (1733). Em suas dedicatórias, os intérpretes solicitam ao Conde da Ericeira que julgue as traduções após terem apresentado cada um os fundamentos que os levaram a optar por diferentes modos de verter o texto, lançando o seguinte questionamento: qual das duas versões pode ler-se sem deslustre do tradutor? A contenda é solucionada na “Censura das traduções” que escreve o Conde da Ericeira com seu julgamento acerca das versões que lhe são dedicadas. Partindo de um estudo historicamente situado acerca do funcionamento das dedicatórias enquanto gênero, analisamos as apologias que cada tradutor elabora em defesa do seu método. A partir daí buscamos evidenciar as concepções patentes nestes textos sobre tradução e demonstrar que ao caráter laudatório das dedicatórias estava subjacente uma complexa malha de relações sociais que regiam o oferecimento de obras e as relações de proteção e patrocínio estabelecidas na corte entre mecenas e autores.Downloads
Publicado
21/05/2018
Edição
Seção
Letras clássicas: tradução e recepção
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