Pela(s) via(s) da multiplicidade: desnaturalizando a noção de criminalidade e problematizando nossas práticas
DOI:
https://doi.org/10.29373/semaspas.v19n1.2017.9896Palabras clave:
Desnaturalização. Direitos Humanos. Periculosidade.Resumen
Este artigo apresenta discussões sobre a criminalidade e suas relações com as práticas contemporâneas. Nesse sentido, pensar na criminalidade impele-nos, prioritariamente, a exercermos um pensamento a partir do qual movimentos de desnaturalização e de problematização possam ser feitos, viabilizando a produção de um deslocamento em relação aos discursos e olhares que, hegemonicamente, buscam enfatizar essa discussão apenas a partir de um viés moralizante, dicotômico, punitivo, a-histórico e sem qualquer potência política. Mostramos, então, um tipo de tessitura que faz com que os temas da criminalidade e da produção da periculosidade sejam pensados numa correlação intensa e pulsante entre a discussão sobre a manutenção de certas relações de poder, assim como entre alguns aspectos da produção de controle social no presente. Consideramos ainda as interferências que o campo dos Direitos Humanos pode trazer para essa discussão, afirmando os direitos humanos a partir de seu entrelaçamento com a ética e a multiplicidade.Descargas
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