A presa e a mãe: representações sociais no universo prisional

Autores

  • Raissa Lemos Silvério Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP/FCLAR
  • José dos Reis Santos Filho Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP/FCLAR

DOI:

https://doi.org/10.29373/semaspas.v19n1.2017.10399

Palavras-chave:

Sistema Prisional. Gênero. Maternidade. Representações sociais.

Resumo

O artigo busca problematizar o exercício da maternidade nas prisões brasileiras a partir da contradição das representações sociais que cercam essas mulheres – a presa e a mãe. Com esse objetivo, discutimos a representação do papel da mãe na sociedade contemporânea, a visão da criminalidade feminina enquanto um rompimento dos padrões de gênero e, por fim, o embate entre os papéis de criminosa e mãe que se encontram em pólos diametralmente opostos, engendrando a negação identitária para além da circunscrição de pessoa transgressora.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Raissa Lemos Silvério, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP/FCLAR

Graduada em Licenciatura e Bacharelado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Araraquara. Pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre Condições e Qualidade de Vida Local. UNESP/FCL/CAr.

José dos Reis Santos Filho, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP/FCLAR

Departamento de Sociologia da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Araraquara. Núcleo de Estudos sobre Condições e Qualidade de Vida Local. UNESP/FCL/CAr.

Referências

ANGOTTI, B. Entre as leis da ciência, do Estado e de Deus: o surgimento dos presídios femininos no Brasil. 2011. 316f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

BADINTER, E. Um amor conquistado: o mito do amor materno. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

BARCINSKI, M. Centralidade de gênero no processo de construção da identidade de mulheres envolvidas na rede do tráfico de drogas. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.14, n.5, p.1843-1853, 2009.

BARCINSKI, M. et al. O marianismo e a vitimização de mulheres encarceradas: formas alternativas de exercício do poder feminino. Ex aequo, Vila Franca de Xira, n.28, p.87-100, 2013.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: 70, 2000.

BRAGA, A. G. M. Entre a soberania da lei e o chão da prisão: a maternidade encarcerada. Revista Direito GV, São Paulo, v.11, n.2, p.523-546, 2015.

BRASIL. Ministério da Justiça. Departamento Penitenciário Nacional. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias - INFOPEN. Brasília, 2014. Disponível em: http://www.justica.gov.br/noticias/mj-divulgara-novo-relatorio-do-infopen-nesta-terca-feira/relatorio-depen-versao-web.pdf. Acesso em: 23 out. 2017.

BRASIL. Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Diário Oficial da União: República Federativa do Brasil: Poder Legislativo, Brasília, DF, 13 jul. 1984. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210.htm. Acesso em: 23 out. 2017.

CÁCERES –MANRIQUE, F. de M.; MOLINA-MARÍN, G.; RUIZ-RODRÍGUEZ, M. Maternidad: um processo com distintos matices y construccion de vínculos. Aquichan, Colômbia, v.14, n.3, p.316-326, 2014.

CUNICO, S. D.; BRASIL, M. V.; BARCINSKI, M. A maternidade no contexto do cárcere: uma revisão sistemática. Estudos e Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, v.15, n.2, p.509-528, 2015.

DESOUZA, E.; BALDWIN, J.; ROSA, F. H. da. A construção social dos papéis sexuais femininos. Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto Alegre, v.13, n.3, p.485-496, 2000.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. 39.ed. Petrópolis: Vozes, 2011.

FRINHANI, F. de M. D.; SOUZA, L. de. Mulheres encarceradas e espaço prisional: uma análise de representações sociais. Revista Psicologia Teoria e Prática, Espírito Santo, v.7, n.1, p.61-79, 2005.

GOFFMAN, E. Manicômios, prisões e conventos. 2.ed. São Paulo: Perspectiva, 1987.

MELLO, D. C.; GAUER, G. Vivências da maternidade em uma prisão feminina do Estado do Rio grande do Sul. Saúde & Transformação Social, Santa Catarina, v.1, n.3, p.113-121, 2011.

MOURA, S. M. S. de; ARAÚJO, M. de F. A maternidade na história e a história dos cuidados maternos. Psicologia Ciência e Profissão, São Paulo, v.24, n.1, p.44-55, 2004.

PIMENTEL, E. O lado oculto das prisões femininas: representações do sentimento em torno do crime e da pena. Revista Latitude, Maceio, v.7, n.2, p.51-78, 2013.

SANTOS FILHO, J. dos R. A violência nada infantil nos programas destinados às crianças. Revista Uniara, Araraquara, n.9, p.87-100, 2001.

SANTOS FILHO, J. dos R. A existência sócio-imaginária da ninfeta como mediação do agir-violência. In: FIGUEIRÓ, M. N. D.; RIBEIRO, P. R. M. (Org.). Adolescência em questão: estudos sobre sexualidade. Araraquara: FCL/UNESP: Laboratório Editorial; São Paulo: Cultura Acadêmica Editora, 2006. p.103-128.

SANTOS FILHO, J. dos R. Matrizes da masculinidade, mutilações na humanidade e políticas públicas. Ribeirão Preto: Associação Mulheres pela Paz, 2014.

VALENTE, D. L.; HADLER, O. H.; COSTA, L. B. Por uma clínica cartográfica: a experiência da maternidade em mulheres em privação de liberdade. Revista de Psicologia da IMED, Rio Grande do Sul, v.4, n.2, p.681-691, 2012.

Downloads

Publicado

01/06/2017

Como Citar

SILVÉRIO, R. L.; SANTOS FILHO, J. dos R. A presa e a mãe: representações sociais no universo prisional. Revista Sem Aspas , Araraquara, v. 6, n. 1, p. 56–73, 2017. DOI: 10.29373/semaspas.v19n1.2017.10399. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/semaspas/article/view/10399. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)