O discurso nos limites da obediência: enunciados que afagam ou abafam conflitos entre Mandetta e Bolsonaro na crise do coronavírus
DOI:
https://doi.org/10.47284/2359-2419.2020.28.175191Palavras-chave:
Discurso, Autoritarismo, Governo, Obediência, Pandemia,Resumo
Este trabalho analisa declarações do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante o período da pandemia causada pelo novo coronavírus, em março de 2020. Por meio do corpo teórico-metodológico da Análise de Discurso Francesa, são comparados os sentidos produzidos por meio de falas em duas entrevistas coletivas, antes e depois de pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, minimizando os efeitos da doença e reagindo negativamente às medidas de contenção adotadas por estados brasileiros, a partir das orientações do Ministério da Saúde, referendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e seguindo medidas implantadas por outros países. As diferenças de posicionamento levaram à demissão do ministro. Refletimos, assim, sobre os sentidos de democracia, autoritarismo, confiança e obediência no jogo das relações de poder. A análise discursiva das falas do ministro da saúde traz a presença (in)visível da postura do governo no que tange à pandemia, sustentando elementos de autoritarismo, ajudando a provocar desinformação entre os brasileiros.
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