A crise da democracia liberal e a difícil saída pela esquerda
Uma análise a partir da luta com o MTST-SP
DOI:
https://doi.org/10.47284/2359-2419.2022.32.279305Palavras-chave:
Democracy Crisis, popular conservatism, representation, social movements, MTSTResumo
Em diferentes países, lideranças reacionárias têm aparecido como única alternativa possível à crise da democracia liberal. Este trabalho pretende contribuir para a compreensão dos limites de uma estratégia de transformação radicalmente democrática que conte com a adesão dos trabalhadores mais pobres na periferia do capitalismo, o que é feito por meio de uma pesquisa de inspiração etnográfica junto ao MTST-SP, um movimento eficaz na mobilização popular pela luta por direitos sociais. No entanto, a pesquisa descrita a seguir revela como ao mesmo tempo em que desestabiliza a ordem ao organizar trabalhadores atomizados, é na acomodação com o sistema político e econômico que o MTST pode avançar. A interpretação dessa relação ambígua com a ordem ajuda a entender os constrangimentos de uma ação política fundada na participação ativa de camadas populares hostis ao conflito com instituições e valores estabelecidos.
Downloads
Referências
ABERS, R.; SERAFIM, L.; TATAGIBA, L. Repertórios de interação estado-sociedade em um estado heterogêneo: a experiência na Era Lula. Dados, Rio de Janeiro, v.57, n.2, p.325-357, 2014.
BECK, U. Sociedade de risco: rumo a uma outra comunidade. São Paulo: Editora 34, 2010.
BOULOS, G. Estudo sobre a variação de sintomas depressivos relacionada à participação coletiva em ocupações de sem-teto em São Paulo. 2017. 124f. Orientador: Francisco Lotufo Neto. Dissertação (Mestrado em Psiquiatria) - Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.
BOURDIEU, P. Sur l’Etat: cours au Collège de France 1989-1992. Paris: Seuil, 2012.
CASTORIADIS, C. Le monde morcelé. Paris: Seuil, 1990.
CHATTERJEE, P. The politics of the governed: reflections on popular politics in most of the world. New York: Columbia University Press, 2004.
CROUCH, C. Coping with post-democracy. London: Fabian Society, 2000.
DARDOT, P.; LAVAL, C. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.
DUBET, F. O tempo das paixões tristes. São Paulo: Vestígio, 2020.
EATWELL, R.; GOODWIN, M. Nacional-populismo: a revolta contra a democracia liberal. Rio de Janeiro: Record, 2020.
FELTRAN, G. Fronteiras de tensão: política e violência nas periferias de São Paulo. São Paulo: Ed. da Unesp, 2011.
FIERRO, A. Revolutionary Politics of Social Rights?: An Ethnographic Account of the Homeless Workers’ Movement in São Paulo. Milleniun, London, v.47, n.3, p.398-416, 2019.
FRANK, T. Pourquoi les pauvres votent à droite. Marselha: Agone, 2007.
FRASER, N. O velho está morrendo e o novo não pode nascer. São Paulo: Autonomia Literária, 2020.
GAGO, V. A razão neoliberal: economias barrocas e pragmática popular. São Paulo: Elefante, 2018.
GRAEBER, D. Um projeto de democracia. São Paulo: Paz e Terra, 2015.
GUILLUY, C. La France périphérique: Comment on a sacrifié les classes populaires. Paris: Flammarion, 2014.
HARAWAY, D. Situated knowledges: the Science question in feminism and the privilegie of partial perspective. Feminist Studies, Maryland, v.14, n.3, p.575-599, 1988.
HARDT, M.; NEGRI, A. Bem-Estar Comum. Rio de Janeiro: Record, 2016.
KECK, M. A lógica da diferença: o partido dos trabalhadores na construção da democracia brasileira. São Paulo: Ática, 1991.
LACLAU, E. A Razão Populista. São Paulo: Três Estrelas, 2013.
LILLA, M. A mente naufragada: sobre o espírito reacionário. Rio de Janeiro: Record, 2018.
MANIN, B. The principles of representative government. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.
MARIANO, R. Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
MOUFFE, C. Sobre o político. São Paulo: Martins Fontes, 2015.
PIKETTY, T. Capital et idéologie. Paris: Seuil, 2019.
PITKIN, H. The concept of representation. Berkeley: University of California Press, 1984.
PLOTKE, D. Representation is democracy. Constellations, Berlim, v.4, n.1, p.19-34, 1997.
POLLETTA, F. “It Was Like a Fever…” Narrative and Identity in Social Protest. Social Problems, Oxford, v.45, n.2, p.137-159, 1998.
RUNCIMAN, D. How democracy ends. London: Profile Books, 2019.
SINGER, A. O lulismo em crise. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
SINGER, A. Os sentidos do lulismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
SINGER, P. Dominação e desigualdade: Estrutura de classes e repartição de renda no Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
STREECK, W. How will capitalism end?. London: Verso, 2017.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Cadernos de Campo: Revista de Ciências Sociais
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.