Trajetórias generificadas de profissionais no campo jurídico

construção metodológica de pesquisa de campo durante a pandemia de Covid-19

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47284/2359-2419.2022.33.231255

Palavras-chave:

gênero, campo jurídico, Magistratura, Ministério Público, Defensoria Pública

Resumo

O presente artigo tem por objeto metodologias utilizadas em pesquisa de mestrado com os temas campo jurídico e gênero, em que se buscava analisar a trajetória de profissionais mulheres no campo jurídico, compreendendo-as como sujeitos generificados e este um campo pautado pela neutralidade. Segundo as epistemologias feministas, a neutralidade oficial do campo jurídico representa a perspectiva de um grupo social específico, de modo que o desenvolvimento de trajetórias marcadas por gênero neste campo pode apresentar particularidades. Na pesquisa foram aplicadas entrevistas semiestruturadas com profissionais de carreiras jurídicas públicas (Magistratura, Ministério Público e Defensoria Pública, todas estaduais) selecionadas por lista de lotação e com interlocutoras selecionadas através do método da bola de neve. A análise do material se deu pelas perspectivas da biografia e da história de vida. Assim, foram utilizadas referências metodológicas da antropologia e da sociologia para análise de gênero da trajetória de profissionais mulheres no campo jurídico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANÁLISE: advogadas são maioria, mas representatividade ainda é baixa. Reportagem de 19 de novembro de 2021. Disponível em: https://www. migalhas.com.br/ quentes/355189/analise-advogadas-sao-maioria-mas-representatividade-ainda-e-baixa.

ARANTES, R. B. Direito e Política o Ministério Público e a defesa dos direitos coletivos. Revista Brasileira Ciências Sociais, São Paulo, v. 14, n. 39, p. 83-102, 1999.

BAIRROS, L. Lembrando Lélia Gonzalez 1935-1994. Afro-Ásia, Salvador, n. 23, 1999.

BECKER, H. S. Métodos de pesquisa em ciências sociais. Tradução: Marco Estevão Renato Aguiar. São Paulo: Hucitec, 1993.

BONELLI, M. G. Carreiras jurídicas e vida privada: intersecções entre trabalho e família. Cadernos Pagu, Campinas, n. 46, p. 245–277, 2016. Disponível em: https:// periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8645799. Acesso em: 10 abr. 2023.

BONELLI, M. G. As interações dos profissionais do direito em uma comarca do Estado de São Paulo. In: SADEK, M. T. O sistema de justiça. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2010.

BOURDIEU, P. O poder simbólico. Tradução Fernando Tomaz. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil S.A., 1989.

BOURDIEU, P. A ilusão biográfica. In: FERREIRA, Marieta de Moraes, AMADO, Janaína. Usos & abusos da história oral. Rio de Janeiro: Ed. da FGV, 2006. p. 183-191.

COLLINS, P. H. Se perdeu na tradução? Feminismo negro, interseccionalidade e política emancipatória. Parágrafo, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 6-17, 2017.

BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Diagnóstico da participação feminina no Poder Judiciário. Brasília: CNJ, 2019.

BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Perfil sociodemográfico dos magistrados brasileiros. Brasília: CNJ, 2018.

BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Censo do Poder Judiciário. VIDE: Vetores iniciais e dados estatísticos. Brasília: CNJ, 2014. 212p.

CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO (CNMP). Cenários de gênero. Brasília: CNMP, 2018. Disponível em: https://www.cnmp.mp.br/portal/ images/20180625_CENARIOS_DE_GENERO_v.FINAL_3.1_1.pdf. Acesso em: 18 jun. 2021

DE SOUZA MINAYO, M. C. Amostragem e saturação em pesquisa qualitativa: consensos e controvérsias. Revista Pesquisa Qualitativa, São Paulo, v. 5, n. 7, p. 1-12, 2017.

FRAGALE FILHO, R.; MOREIRA, R. S.; SCIAMMARELLA, A. P. de O. Magistratura e gênero: um olhar sobre as mulheres nas cúpulas do judiciário brasileiro. E-cadernos CES, Coimbra, n. 24, 2015.

HARDING, S. Introduction: Is there a feminist method. In: HARDING, S. Feminism and methodology. Bloomington: Indiana University Press, 1987. p. 1-14.

HARDING, S. A instabilidade das categorias analíticas na teoria feminista. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de. Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Tradução: Vera Perereira. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2019. p. 95-118

JUNQUEIRA, E. B. Mulheres advogadas: espaços ocupados. In: BRUSCHINI, C.; PINTO, C. R. (org.). Tempos e lugares de gênero. São Paulo: FCC: Ed.34, 2001. 328 p.

KOFES, S.; PISCITELLI, A. Memórias de “histórias femininas, memórias e experiências”. Cadernos Pagu, Campinas, n. 8/9, p. 343-354, 1997.

LOCALI, A.; MATIAS, J.; ALVES, M. S. Pouca presença no topo da carreira ainda é um drama para as mulheres no direito. Disponível em: https://www. conjur.com. br/2021-mar-08/ presenca-topo-ainda-drama- mulheres-direito. Acesso em: 23 jan. 2022.

POLLAK, M. A gestão do indizível. WebMosaica, Rio Grande do Sul, v. 2, n. 1, p. 9-49, 2010.

QUIJOUX, M. Reprodução, habitus, campo: como Bourdieu pensa o Trabalho. Tradução: Maurício Rombaldi. Revista de Ciências Sociais, Ceará, n. 54, p. 220- 236, jan.-jun. 2021.

SANTOS, M. F. Teorias feministas do direito: contribuições a uma visão crítica do direito. Revista Brasileira de Filosofia do Direito, Florianopólis, v. 1, n. 1, p. 294-310, 2015.

SADEK, M. T. Ministério Público. In: AVRITZER, Leonardo. (org.). Corrupção: ensaios e críticas. 2. ed. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2012, p. 454-460.

SCHIRMER, I. N. M. O processo de construção institucional da Defensoria Pública no Brasil: política, ideologia e grupos de pressão (1954-2014). 2017. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria-RS, 2017.

SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de. Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2019.

SEVERI, F. C. Enfrentamento à violência contra as mulheres e à domesticação da Lei Maria da Penha: elementos do projeto jurídico feminista no Brasil. 2017. Tese (Livre Docência) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2017. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/107/tde-22062017-093152/. Acesso em: 20 abr. 2023.

VIANNA, L. W. et al. Quem somos: a magistratura que queremos. Rio de Janeiro: Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), 2018.

VIANNA, L. W. et al. Corpo e alma da magistratura brasileira. 3. ed. Rio de Janeiro: Revan. 1997.

VINUTO, J. A amostragem em bola de neve na pesquisa qualitativa: um debate em aberto. Temáticas, Campinas, v. 22, n. 44, p. 203–220, 2014.

Downloads

Publicado

03/08/2023