Indicadores nos sistemas das águas e saneamento e racismo ambiental
em busca de outros caminhos em Maceió
DOI:
https://doi.org/10.47284/cdc.v25i00.20067Palavras-chave:
Políticas públicas, Saneamento, Indicadores socioambientais, Racismo ambiental, Equilíbrio ecossistêmicoResumo
Os problemas ambientais percebidos em Maceió – AL ligados às águas mostram como se deu a ocupação urbana da região e a relação dos humanos com o meio, seguindo uma lógica hegemônica ocidental de domínio sobre a natureza. Imaginar maneiras outras de se relacionar com o meio a partir de outras cosmopercepções é uma das bases desse trabalho, que pretende demonstrar como as desigualdades sociais e raciais observadas no Brasil tem um elo com a forma como se relaciona com a natureza e entre os humanos, inserindo aqui o problema da racialização de uma parcela deles. Uma hipótese é que o sistema técnico das águas é racista e de que o domínio das águas enquanto recurso é uma das causas dos desequilíbrios ecossistêmicos e das desigualdades sociais. Abrindo-se para outras cosmopercepções de mundo, pretende-se criar indicadores de caráter contracolonial, não-racistas e ecossistêmicos para o sistema técnico de água e saneamento.
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