Economia solidária e movimentos sociais no Brasil: da emergência de um novo paradigma mobilizatório ao momento de inflexão política

Autores

  • Sandro Pereira Silva Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Brasília – DF – Brasil

Palavras-chave:

Economia solidária, Movimentos sociais, Políticas públicas, Repertórios de ação coletiva, Sociologia das ausências e das emergências,

Resumo

O objetivo deste texto foi analisar como se deu o processo de formação de uma identidade nacional do movimento de economia solidária no Brasil em torno de um paradigma mobilizatório em defesa do trabalho associado e de relações econômicas não restritas à esfera mercantis. Nesse sentido, buscou-se identificar algumas de suas principais particularidades contextuais, tais como: sua multiplicidade de sujeitos, suas estratégias organizacionais e suas interações políticas. Trata-se de um movimento social plural, composto por identidades distintas, conectadas em torno de princípios comuns de organização econômica e reprodução social. A pesquisa permitiu identificar um repertório com rotinas diversificadas de ação coletiva, e um padrão de interação com o poder público bem ativo, aproveitando-se de oportunidades políticas contextuais importantes, sobretudo com relação a governos permeáveis a essas ideias em suas agendas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

REFERÊNCIAS

ALENCAR, J. L..; SILVA, S. P. Participação social em políticas públicas de economia solidária. Mercado de Trabalho: conjuntura e análise, n.54. Brasília: Ipea, 2013.

ALONSO, A. As teorias dos movimentos sociais: um balanço do debate. Revista Lua Nova, n.76, 2009.

ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho. São Paulo: Boitempo, 1999.

AVELINO, D. P.; FONSECA, I. F. CF 30 anos: soberania popular e participação social. In: CARDOSO Jr, J. C. (Org.). 30 anos da Constituição Federal brasileira: notas de um obituário precoce (1988-2018). Brasília: Plataforma de Política Social, 2018.

BERTUCCI, J. O. A política de economia solidária e as diretrizes da CONAES. Mercado de Trabalho: conjuntura e análise, n.43. Brasília: Ipea, 2010.

BRANDÃO, L. C. A literatura sobre movimentos sociais. Revista BIB, n.71, 2011.

CARDOSO, A. M. A década neoliberal e a crise dos sindicatos no Brasil. São Paulo: Boitempo Editorial, 2003.

CARLOS, E. Movimentos sociais e instituições participativas. RBCS, v.30, n.88, 2015.

COSTA, B. L. A política pública de economia solidária no Brasil. 39º Encontro da Associação Latinoamericana de Sociologia. Anais... Santiago/Chile, 2003.

DOIMO, A. M. A vez e a voz do popular. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1995.

EVERS, T. Identidade: a face oculta dos novos movimentos sociais. Novos Estudos Cebrap, v.2, n.4, 1984.

FBES. Ata da III Plenária Nacional de Economia Solidária. Brasília: FBES, 2002.

_____. Relatório da III Plenária Nacional de Economia Solidária. Brasília: FBES, 2003.

_____. Relatório Final da IV Plenária Nacional de Economia Solidária. Brasília: FBES, 2008.

_____. Documento-base da V Plenária Nacional de Economia Solidária. Brasília: FBES, 2012a.

_____. II Boletim Nacional da V Plenária Nacional de Economia Solidária. Brasília: FBES, 2012b.

_____. Relatório Final da V Plenária Nacional de Economia Solidaria. Brasília: FBES, 2013.

FRANÇA FILHO, G.; LAVILLE, J.; MEDEIROS, A.; MAGNEN, J. (Orgs.). Ação pública e economia solidária: uma perspectiva internacional. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2006.

GAIGER, L. I. A economia solidária e o projeto de outra mundialização. Dados – Revista de Ciências Sociais, v.47, n.4, 2004.

_____. A economia solidária no Brasil. São Leopoldo: Oikos, 2014.

GOHN, M. G. Teorias dos movimentos sociais. São Paulo: Loyola, 1997.

_____. Movimentos sociais e redes de mobilizações civis no Brasil Contemporâneo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

IPEA. Políticas sociais: acompanhamento e análise, v. 22. Brasília: Ipea, 2014.

_____. Políticas sociais: acompanhamento e análise, v. 17. Brasília: Ipea, 2008.

MATTOS, M. B. Trabalhadores e sindicatos no Brasil. São Paulo: Ed. Expressão Popular, 2009.

MELLO, R. S. Economia solidária: de movimento social a objeto de políticas públicas. Rio de Janeiro: UFRRJ, 2006. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2006.

MELUCCI, A. Getting involved: identity and mobilization in social movements. International Social Movements Research, v. 1, 1988.

NAGEM, F. A.; JESUS, S. A. V Plenária Nacional de Economia Solidária: trajetória e construção da economia solidária no Brasil. Mercado de Trabalho: conjuntura e análise, n.54. Brasília: Ipea, 2013.

NUNES, C. O conceito de movimento social em debate. Revista Sociologia, problemas e práticas, n.75, 2014.

PICOLOTTO, E. L. Novos movimentos sociais econômicos: economia solidária e comércio justo. Revista Otra Economía, v.2, n.3, 2008.

OLIVEIRA, T.; SILVA, S. P. Regulação e dinâmica do mercado de trabalho. In: CARDOSO Jr, J. C. (Org.). A Constituição golpeada: 1988-2018. São Paulo: Perseu Abramo, 2018.

POCHMANN, M; BORGES, A. Era FHC: a regressão do trabalho. São Paulo: Anita Garibaldi, 2002.

SADER, E. Quando novos personagens entraram em cena. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

SANTOS, A. M. O movimento de economia solidária no Brasil e os dilemas da organização popular. Rio de Janeiro, UERJ, 2010. Tese (Doutorado em Serviço Social). Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2010.

_____. Os dilemas da organização popular no movimento da economia solidária no Brasil. Revista Otra Economia, v.8, n.15, 2014.

SANTOS, Boaventura S. Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências. Revista Crítica de Ciências Sociais, n.63, 2002.

_____. Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social. São Paulo: Boitempo, 2007.

SANTOS, A. B.; AMORIM, R. S. A experiência da Rede Brasileira de Comercialização Solidária. Mercado de Trabalho: conjuntura e análise, n.62. Brasília: Ipea, 2017.

SCHERER-WARREN, I. Das mobilizações às redes de movimentos sociais. Revista Sociedade e Estado, v.21, n.1, 2006.

SILVA, S. P. A política de economia solidária no ciclo orçamentário nacional (2004-2018): inserção, expansão e crise de paradigma. Brasília: Ipea, 2018b. (Texto para discussão, n. 2434).

_____. Análise das dimensões socioestruturais dos empreendimentos de economia solidária no Brasil. Brasília: Ipea, 2017a. (Texto para discussão, n. 1945)

_____. Democracia, políticas públicas e instituições de deliberação participativa: uma análise acerca da experiência brasileira. Brasília: Ipea, 2017b. (Texto para discussão, n. 2358).

_____. O campo de pesquisa da economia solidária no Brasil: abordagens metodológicas e dimensões analíticas. Brasília: Ipea, 2017c. (Texto para discussão, n. 2361).

_____. A economia solidária e os desafios da gestão pública: uma análise do programa oportunidade solidária no município de São Paulo. Revista Otra Economia, v. 4, nº 7, 2010.

SILVA, S. P.; NAGEM, F. A. Dimensões estruturais dos empreendimentos de economia solidária: uma análise para os estados da Bahia e Paraná. Revista de Economia do Nordeste, v. 43, n.2, 2012.

SILVA, R. F.; SILVA, S. P.; Em busca de um marco legal para a economia solidária no Brasil: análise da trajetória do PL nº 4.685/2012. Mercado de Trabalho: conjuntura e análise, nº 58. Brasília: IPEA, 2014.

SILVA, S. P.; CUNHA, G. C.; SILVA, R. F. Mobilização social e deliberação participativa na formação da agenda governamental: uma análise processual das Conferências Nacionais de Economia Solidária. Rio de Janeiro: Ipea, 2018. (Texto para Discussão, n. 2360).

SINGER, P. Economia solidária: um modo de produção e distribuição. In: SINGER, P. (Org.). A economia solidária no Brasil. São Paulo: Contexto, 2000.

TARROW, S. The new transnational activism. Cambridge University Press, 2005.

TILLY, C. From mobilization to revolution. Menlo Park: Addison-Wesley Publishing Company, 1978.

TOURAINE, A. An introduction to the study of social movements. Social Research, v.52, n.4, 1985.

Downloads

Publicado

18/09/2019