Ciência e Política na transição para o século XX

meio e raça como elementos norteadores de uma nação

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47284/2359-2419.2022.33.7799

Palabras clave:

nação, IHGB, Romero, Freire, Cunha

Resumen

A construção de um projeto de nação brasileira se deu na primeira metade do século XIX, em meio a um período de turbulências. Nesse período, foram criados os cursos de Direito em Olinda e São Paulo, além do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Após 22 anos de precariedade, o curso de Olinda foi transferido Recife, e foi quando, em 1870, Silvio Romero anunciou um conjunto de ideias cientificistas, inaugurando uma nova fase da historiografia brasileira. Ele propôs uma tríade racial como formadora do povo brasileiro, e para estudá-la recorreu ao folclore, tendo como objetivo compreender a contribuição cultural de cada raça para formação do povo brasileiro analisando homem e natureza. Essa sugestão aparece nas obras de Felisbelo Freire e Euclides da Cunha que tomamos como exemplo para investigar a repercussão do pensamento de Romero. Está pesquisa está pautada por uma sociologia do conhecimento de Mannheim, preocupada em investigar como as verdades são construídas em tempos de turbulência social. E, assim, a passagem do império à república é significativa para a dicotomia entre tradição e modernidade, sertão e litoral.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

ABREU, J. C. de. Capítulos de história colonial (1500-1800) & Os caminhos antigos e o povoamento do Brasil. 5. ed. Brasília: Ed. da UnB, 1963.

ALBUQUERQUE JR., D. M. “O Nordeste é uma invenção das elites agrárias”. Revista IHU on-line (Instituto Humanitas Unisinos), 2017. Disponível em: <https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/573122-o-nordeste-e-uma-invencao-daselites- agrarias>. Acesso em: 24 mar. 2022.

ALBUQUERQUE J.R., D. M. A invenção do Nordeste e outras artes. São Paulo: Cortez, 2009.

BARBOSA, I. F. Lugares de Silvio Romero na sociologia brasileira. Revista TOMO, Sergipe, n. 32, p. 41-70, jan./jun. 2018.

BARBOSA, Ivan Fontes. Considerações sobre as dimensões políticas do conhecimento em Karl Mannheim. Revista Latitude, Maceió, 2019. p. 57-79. v.13, n.1.

BARBOSA, I. F. Considerações sobre as dimensões políticas do conhecimento em Karl Mannheim. Latitude, [S. l.], v. 13, n. 1, p. 57–79, 2019. DOI: 10.28998/ lte.2019.n.1.6359. Disponível em: https://www.seer.ufal.br/index.php/latitude/ article/view/6359. Acesso em: 17 mar. 2023.

BEZERRA, F. Etnias sergipanas. 2. ed. Aracaju: Governo do Estado de Sergipe, 1984.

BORTOLI, L. V.; GALLON, S. A repercussão da sociologia do conhecimento de Karl Mannheim no Brasil: uma análise da presença do autor no país e nos estudos de administração. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa (RECADM), [on-line], v.14, n.3, p. 166-181, set./dez. 2015.

BOURDIEU, P. Sistema de ensino e sistema de pensamento. In: A economia das trocas simbólicas. 6. ed. São Paulo: Perspectiva, 2005. p. 203-230.

CÂNDIDO, A. A sociologia no Brasil. In: Enciclopédia Delta Larousse. Rio de Janeiro: Delta S/A, 1959. p. 2216 - 2232.

COLLINS, R. Interaction ritual chains. Princeton: Princeton University Press, 2004.

FAUSTO, B. O pensamento nacionalista autoritário. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

FONTANA, F. A Sociologia do Conhecimento de Karl Mannheim aplicada ao Pensamento Político e Social Brasileiro. In: CÊPEDA, Vera Alves; MAZUCATO, Thiago; FONTANA, Felipe. (orgs.). Interfaces da sociologia do conhecimento de Karl Mannheim. São Carlos: Ed. da UFSCar, 2015. p. 205-258.

FREIRE, F. História de Sergipe: 1575-1855. Rio de Janeiro: Typografia Perseverança, 1891. Disponível em: http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/221700. Acesso em: 17 jul. 2020.

FREYRE, G. Nordeste. São Paulo: Global, 2013.

FREYRE, G. Casa-Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 48. ed. rev. São Paulo: Global, 2003.

GALVÃO, W. N. (org.). Euclides da Cunha: Os sertões. In: MOTA, Lourenço. (org.). Introdução ao Brasil: Um banquete no trópico. 4.ed. São Paulo: Ed. Senac, 2004. p. 151-170.

GALVÃO, W. N. (org.). Euclides da Cunha. São Paulo: Ática, 1984. GODOY, J. M.T. de. Formas e problemas da historiografia brasileira. História Unisinos, v.13, n.1, p. 66 - 77, jan./abr. 2009.

LIMA, J. C.; CORTES, S. M. V. A sociologia no Brasil e a interdisciplinaridade nas ciências sociais. Civitas: revista de Ciências Sociais, [S. l.], v. 13, n. 3, p. 416– 435, 2013. DOI: 10.15448/1984-7289.2013.3.16522. Disponível em: https:// revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/civitas/article/view/16522. Acesso em: 16 mar. 2023.

MANNHEIM, K. Sociologia da Cultura. São Paulo: Perspectiva, 2004.

MANNHEIM, K. Essays on the sociology of knowledge. London: Routledge e Kegan Paul LTD, 1964.

MORENO, J. C. Revisitando o conceito de identidade nacional. In: RORIGUES, Cristina Carneiro; LUCA, Tania Regina de; GUIMARÃES, Valéria (org.). Identidades brasileiras: composições e recomposições. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2014. p. 07-30.

PEIXOTO, F. A. Franceses e norte-americanos nas Ciências Sociais brasileiras. In: MICELI, Sérgio (org.). História das ciências sociais no Brasil. São Paulo: Ed. Sumaré, 2001. p. 477-532. Vol. 1.

PIVA, L. G. Ladrilhadores e semeadores: a modernização brasileira no pensamento político de Oliveira Vianna, Sérgio Buarque de Holanda, Azevedo Amaral e Nestor Duarte (1920-1940). São Paulo: Ed. 34, 2000.

ROMERO, S. Introdução à história da literatura brasileira. In: Literatura, história e crítica. Rio de Janeiro: Imago. São Cristóvão: Editora da Universidade Federal de Sergipe [1882] 2002. p. 03-12.

ROMERO, S. A América Latina: analyse do livro de igual título do Dr. M. Bomfim. Porto: Chardron, 1906. Disponível em: <https://bibdig.biblioteca.unesp.br/ handle/10/25976>. Acesso em: 22 abr.2022.

ROSI, B. G. Saquaremas, Luzias, o Brasil e os Estados Unidos. Rio de Janeiro: 2016. Tese (Doutorado apresentado ao Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro). Rio de Janeiro, 2016.

SCHWARCZ, L. K. M. O espetáculo das aças: cientistas, instituições e a questão racial no Brasil (1870-1930). São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

SOUZA, F. S. Felte Bezerra: um odontólogo no contexto de recepção das ciências sociais no Brasil. 2022. Tese (Doutorado em Sociologia) – Faculdade de Sociologia, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2022.

VAINFAS, R. Capistrano de Abeu: capítulos de história colonial. In: MOTA, Lourenço. (org.). Introdução ao Brasil: Um banquete no trópico. 4. ed. São Paulo: Ed. do Senac, 2004. p. 171-190.

VIEIRA, C. E. Intelligentsia e intelectuais sentidos, conceitos e possibilidades para a história intelectual. Revista brasileira de história da educação, v. 8, n. 1 [16], p. 63- 85, jan./abr. 2008.

Publicado

03/08/2023