Governança adaptativa da água e o plano de adaptação da SABESP

permanências de práticas ou oportunidades para transformação?

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.47284/2359-2419.2021.31.2141

Mots-clés :

governança adaptativa, resiliência, água, Macrometrópole Paulista

Résumé

Este artigo trata da governança adaptativa da água na Macrometrópole Paulista. Iniciamos discutindo criticamente o conceito de governança adaptativa proposto pela abordagem da resiliência de Carl Folke, para, na sequência, a partir de uma revisão crítica da literatura, definir as principais características da governança adaptativa da água. Posteriormente, examinamos o Plano de Adaptação às Variações Climáticas para a Gestão de Recursos Hídricos na Região Metropolitana de São Paulo, elaborado pela SABESP. A partir da confrontação entre os elementos de uma governança adaptativa da água e a análise do plano, concluímos que, embora haja alguns avanços nas ações de planejamento do abastecimento público, a transição para uma governança adaptativa e resiliente da água se coloca como um importante desafio.

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Ruth Ferreira Ramos, Universidade Federal do ABC (UFABC), Santo André – SP – Brasil.

Bióloga, mestre e doutoranda em Planejamento e Gestão do Território.

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Publiée

04/03/2022