Prioridades para a agenda internacional da educação: qualidade da educação, aprendizagem, qualidade docente e avaliação externa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26673/tes.v16i2.14589

Palavras-chave:

Agenda para a educação, Globalização, Profissionalização docente, Qualidade da educação

Resumo

O presente artigo é resultado de uma investigação que buscou mapear as prioridades da agenda internacional para a educação iniciada a partir dos anos 1990, em Jomtien, reavaliada nos anos 2000 em Dakar, e aprimorada em 2015, na cidade de Incheon. Seu objetivo foi analisar como se introduziu, na agenda, a perspectiva gerencialista para a aprendizagem, relacionando, para tanto, os conceitos de “Qualidade da Educação”, “Aprendizagem” e “Qualidade do Professor”. Analisou-se os documentos dos três encontros mundiais de educação (JOMTIEN, 1990; DAKAR, 2000; INCHEON, 2015). Conclui-se que as estratégias usadas nos documentos visam a produção de consensos, quando usam slogans amplamente aceitos como é o exemplo de qualidade e empoderamento. Também destacamos que o professor é colocado no centro da agenda, e que o discurso de profissionalização está intimamente associado à lógica gerencial de responsabilização.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fabiano Antonio dos Santos, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Corumbá – MS

Professor do Curso de pedagogia e do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE UFMS/CPAN). Doutorado em Educação (UFSC).

Rennan Andrade dos Santos, Rede Municipal de Ensino (RME), Bonito – MS

Professor da Rede Municipal de Ensino. Mestrado em Educação (UFMS).

Nicole de Morais, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Corumbá – MS

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE UFMS/CPAN).

Cristielly Campos da Silva, Rede Municipal de Ensino (RME), Ladário – MS

Professora da Rede Municipal de Ensino. Mestrado em Educação (UFMS).

Jonas António Francisco, Universidade Rovuma (UNIROVUMA), Nampula

Professor da Faculdade de Educação e Psicologia.

Referências

ANTUNES, R.; ALVES, G. As mutações no mundo do trabalho na era da mundialização do capital. Educação & Sociedade, Campinas, v. 25, n. 87, p. 335-351, maio/ago. 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/es/v25n87/21460.pdf. Acesso em: 10 dez. 2020.

BROOKE, N; CUNHA, M. A. A avaliação externa como Instrumento da gestão educacional nos Estados. Estudos & Pesquisas Educacionais, São Paulo, n. 2, p. 17-79, 2001. Disponível em: https://fvc.org.br/wp-content/uploads/2018/04/estudos_e_pesquisas_educacionais_vol_2.pdf. Acesso em: 11 dez. 2020.

CHIRINÉA, A. M. Mecanismos de regulação para a educação no Brasil: contribuições para o debate. Revista Ibero-Americana De Estudos Em Educação, v. 12, n. 1, p. 168-189, jan./mar. 2017. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/9102. Acesso em: abr. 2018.

CHUIEIRE, M. S. F. Concepções sobre a avaliação escolar. Estudos em Avaliação Educacional, v. 19, n. 39, p. 49-64, 2008. Disponível em: https://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/eae/arquivos/1418/1418.pdf. Acesso em: 27 ago. 2019.

CONTRERAS, J. Autonomia de professores. Trad. Sandra Trabucco Valenzuela. São Paulo: Cortez, 2002. p. 296.

DALE, R. Globalização e educação: demonstrando a existência de uma “cultura educacional mundial comum” ou localizando uma “agenda globalmente estruturada para a educação”? Educação e Sociedade, Campinas, v. 25, n. 87, p. 423-460, maio/ago. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/ v25n87/21464.pdf. Acesso em: 22 jul. 2014

DOURADO, L. F.; OLIVEIRA, J. F.; SANTOS, C. A. A qualidade da educação: conceitos e definições. Série Documental: Textos para Discussão, Brasília, v. 24, n. 2, p. 5-34, 2007. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/documents/186968/485287/A+qualidade+da+educa%C3%A7%C3%A3o+conceitos+e+defini%C3%A7%C3%B5es/. Acesso em: 10 jan. 2020.

FAUST, J. M. Propostas internacionais para a carreira docente: repercussões nas políticas nacionais e resistências locais. 2015. 202 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2015. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/158895. Acesso em: 12 fev. 2017.

FRIGOTTO, G. Educação e a crise do capitalismo real. São Paulo: Ed. Cortez, 1995.

GRAMSCI, A. O leitor de Gramsci: escritos escolhidos 1916-1935. Carlos Nelson Coutinho (Organizador). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. 375 p.

http://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/download/122/225. Acesso em: 10 dez. 2020.

LIBÂNEO, J. C. Internacionalização das políticas educacionais: elementos para uma análise pedagógica de orientações curriculares para o ensino fundamental e de propostas para a escola pública. In. SILVA, M. A.; CUNHA, C. (Org.) Educação básica: políticas, avanços e pendências. Campinas, SP: Autores Associados, 2012.

OLIVEIRA, D. A. A reestruturação do trabalho docente: precarização e flexibilização. Educ. Soc., Campinas, v. 25, n. 89, p. 1127–1144, 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302004000400003. Acesso em: 15 dez 2020.

OLIVEIRA, D. A. O trabalho docente na América Latina Identidade e profissionalização. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 2, n. 2-3, p. 29-39, jan./dez. 2008. Disponível em:

SANTOS, F. A; FERREIRA, F. S.; ZORIO, A. F. S.; VILALVA, D. M.; FERREIRA, F. S. A aprendizagem como uma das dimensões da qualidade da educação. In: CONGRESSO DE PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA: EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO, 2015, Bauru. Anais [...]. Bauru: Faculdade de Ciências, 2015. v. 01. p. 1173-1185.

SCHNEIDER, M. P.; ROSTIROLA, C. R. Estado-avaliador: reflexões sobre sua evolução no Brasil. RBPAE, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 493-510, set./dez. 2015. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/rbpae/article/view/63790. Acesso em: 10 dez 2020.

SHIROMA, E. O. O eufemismo da profissionalização. In: MORAES, M. C. M. (Org.) Iluminismo às avessas: produção de conhecimento e políticas de formação. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

SHIROMA, E. O.; EVANGELISTA, O. Avaliação e responsabilização pelos resultados: atualizações nas formas de gestão de professores. Revista Perspectiva, Florianópolis, v. 29, n. 1, p. 127-160, jan./jun. 2011. Disponível em: https://gepeto.ced.ufsc.br/files/2015/03/avaliacao1.pdf. Acesso em: 10 dez 2020.

SHIROMA, E. O.; EVANGELISTA, O.; A colonização da utopia nos discursos sobre profissionalização docente. Perspectiva, Florianópolis, v. 22. n. 2, p. 525-545, jul./dez. 2004.

SHIROMA, E.; EVANGELISTA, O. O que revelam os slogans na política educação. Araraquara: Junqueira & Marin, 2014.

UNESCO. Declaração Mundial sobre educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de aprendizagem. Jontiem, 1990. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000086291. Acesso em: 20 fev. 2019.

UNESCO. Education 2030: rumo a uma educação de qualidade inclusiva e equitativa e à educação ao longo da vida para todos. INCHEON, 2015. Disponível em: http://bit.ly/1XqTuyj. Acesso em 17 mar de 2020.

UNESCO. Foro Mundial sobre La Educación. Dakar, 2000. Disponível em http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001211/121147s.pdf. Acesso em: 20 fev. 2019.

Publicado

27/08/2020

Como Citar

SANTOS, F. A. dos; SANTOS, R. A. dos; MORAIS, N. de .; SILVA, C. C. da; FRANCISCO, J. A. Prioridades para a agenda internacional da educação: qualidade da educação, aprendizagem, qualidade docente e avaliação externa. Temas em Educação e Saúde , Araraquara, v. 16, n. 2, p. 689–704, 2020. DOI: 10.26673/tes.v16i2.14589. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/tes/article/view/14589. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos - Área da Educação