Ser mulher indígena e mãe na universidade

Desafios e perspectivas de uma estudante de agronomia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47284/cdc.v23iesp.2.16903

Palavras-chave:

Educação Superior, Inclusão, Maternidade, Políticas Afirmativas

Resumo

Para diversificar as opções de trabalho e fortalecer a posição política e social das mulheres indígenas, é fundamental investir em sua formação profissional. Uma das maneiras de contribuir com esta formação tem sido facilitar o acesso destas mulheres às redes federais de ensino e cursos da área de agrárias, que possuem potencial para oferecer capacitação a elas. Porém, é necessário também refletir sobre as dificuldades de permanência destas mulheres na universidade, principalmente das que são mães. Este exercício de escrita coletiva e autobiográfica da primeira autora objetiva refletir, desde sua vivência como estudante de agronomia, indígena e mãe, as questões relacionadas à sua permanência na universidade. Este trabalho auxilia a pensar uma academia verdadeiramente inclusiva: criativa, que valoriza os afetos, que redistribui poder e que seja reparadora e transformadora. A maternidade indígena é um convite à universidade a acolher e propiciar o bem-estar das mães, sujeitas de direito, ocupando espaços que democraticamente são de todas, todos e todes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Myrian Pereira Vasques, Universidade Federal de São Carlos

Tikuna do Alto Rio Solimões.  Estudante de Engenharia Agronômica na UFSCar-SP. Bolsista do Projeto Climas pela UFAM, INPA e FAPEAM. Conselheira da Associação das Mulheres Indígenas Tikuna – AMIT e Conselheira da Associação Caminho de Abundância na Amazônia – ACAAM.

Thelma Mendes Pontes, Universidad Veracruzana

Neta de agricultoras, Mãe, Feminista, Agrônoma, Ecóloga. Doutoranda em Ecologia Tropical no Centro de Investigaciones Tropicales (CITRO).

Ana Claudia Fernandes, Universidade Federal do Tocantins

Bióloga, Mãe solo, Doutora em Botânica. Docente nos cursos de Agronomia e Engenharia Florestal.

Referências

BRASIL. Mapa do ensino superior no SEMESP. São Paulo: SEMESP, 2022.

BRITO, P. O. Indígena-mulher-mãe-universitária: o estar-sendo estudante na UFRGS. 2016. 127f. Dissertação (Mestrado em educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2016.

CAPDEVILLE, G. O Ensino Superior Agrícola no Brasil. Viçosa: Imprensa Universitária, UFV, 1991.

CONFEA/CREA. Programa Mulheres, 2022. Disponível em: https://www.programamulherconfea.com/. Acesso em: 15 jul. 2023.

DE SOUZA LIMA, A. C. Educação superior para indígenas no Brasil sobre cotas e algo mais. Buenos Aires: CLACSO, 2007.

FAUSTINO, R. C.; NOVAK, M. S. J.; RODRIGUES, I. C. O acesso de mulheres indígenas à universidade: trajetórias de lutas, estudos e conquistas. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 12, n. 29, p. e0103, 2020. DOI: 10.5965/2175180312292020e0103. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180312292020e0103. Acesso em: 15 jul. 2023.

GIASE. Otras academias son posibles. Sentipensares desde la acción colectiva. Clacso, Boletín Red sentipensante. Procesos de acción y reflexión participativa, 2020. Disponível em: https://www.clacso.org/boletin-2-red-sentipensante/. Acesso em: 15 jul. 2023.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Brasileiro de 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS (INEP). Censo escolar. Brasília: Agenda, v. 27, 2022.

MOTA, L. T. O aço, a cruz e a terran. 1998. 531 f. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-graduação em história, UNESP, Assis, 1998.

PONTES, T. M. et al. La Vida al centro: soberanía alimentaria desde la experiencia feminista campesina de VIDA AC, México. Cadernos de Agroecologia, [S.I], v. 16, n. 1, 2021. Disponível em: https://cadernos.abaagroecologia.org.br/index.php/cadernos/article/view/6594. Acesso em: 15 jul. 2023.

PSACHAROPOULOS, G.; PATRINOS, H. A. (eds.). Indigenous people and poverty in Latin América: an empirical analysis. Washington: Banco Mundial, 1993. 256 p.

VIZCARRA BORDI, I. Entre las desigualdades de género: un lugar para las mujeres pobres en la seguridad alimentaria y el combate al hambre. Argumentos, México, v. 21, n. 57, p. 141-173, 2008. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=59511124007.

Acesso em: 15 jul. 2023.

WALSH, C. Interculturalidade crítica e pedagogia decolonial: in-surgir, re-existir e re-viver. Educação intercultural na América Latina: entre concepções, tensões e propostas, Brasil, v. 7, p. 12-43, 2009. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/484685590/document-onl-walsh-catherine-interculturalidade-critica-e-pedagogia-decolonial-pdf. Acesso em: 15 jul. 2023.

Publicado

23/12/2023