A internacionalização dos grupos de pesquisa nacionais em bioenergia: formação de redes e estratégia político-científica

Autores

  • Daniela Alves de Alves Universidade Federal de Viçosa (Ufv), Departamento de Ciências Sociais, Viçosa – MG – Brasil. https://orcid.org/0000-0003-4614-8687
  • Victor Luiz Alves Mourão Universidade Federal de Viçosa (Ufv), Departamento de Ciências Sociais, Viçosa – MG – Brasil.

Palavras-chave:

Internacionalização da ciência, Sociologia da ciência, Práticas e estratégias científicas, Ciência latino-americana, Bioenergia,

Resumo

Este texto visa produzir conhecimento reflexivo sobre esse processo de internacionalização dos grupos de pesquisa e da produção científica nacional, com foco nos grupos de pesquisa sobre bioenergia. Nos propomos a investigar os conflitos e os interesses que mobilizam a constituição das redes. Nossa metodologia é baseada na coleta qualitativa de dados, utilizando de entrevistas semi-estruturadas guiadas por um roteiro básico. Os entrevistados foram selecionados a partir do envolvimento individual e coletivo com redes internacionais de pesquisa na área de energia. Além das entrevistas foram consultados projetos e relatórios de pesquisa disponibilizados pelos grupos, e sua produção científica disponível em plataformas. Constatamos uma clivagem entre as atividades científicas nacional e internacional, com níveis distintos de legitimação e reconhecimento científico dos pesquisadores em ambos os polos, além de um processo interno de extroversão intelectual e não apenas de imposição cognitiva e científica entre nações.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Daniela Alves de Alves, Universidade Federal de Viçosa (Ufv), Departamento de Ciências Sociais, Viçosa – MG – Brasil.

Professora do Programa de Pós-graduação em Educação da UFV

Professora Associada do Departamento de Ciências Sociais da UFV

Victor Luiz Alves Mourão, Universidade Federal de Viçosa (Ufv), Departamento de Ciências Sociais, Viçosa – MG – Brasil.

Professor Adjunto do Departamento de Ciências Sociais da UFV

Referências

ARELLANO HERNÁNDEZ, Antonio; ARVANITIS, Rigas; VINCK, Dominique. 2012. Circulation et connexité mondiale des savoirs. Éléments d'anthropologie des connaissances en Amérique latine. Revue d'anthropologie des connaissances, v. 6, n. 2, p. 245-272.

BEIGEL, Fernanda. 2013. The Politics of Academic Autonomy in Latin America. New York: Routledge.

______. 2017. Científicos Periféricos, entre Ariel y Calibán. Saberes Institucionales y Circuitos de Consagración en Argentina: Las Publicaciones de los Investigadores del CONICET. Dados, v. 60, p. 825-865.

BODANSKY, Daniel. 2001. The history of the global climate change regime. In: LUTHERBACKER, U. e SPRINZ, D. F. International Relations and Global Climate Change. Cambridge, Massachusets: MIT Press.

BOURDIEU, Pierre. 2002. Les conditions sociales de la circulation internationale des idées. Actes de la recherche en sciences sociales, v. 5, n. 145, p. 3-8.

______. 2004. Os usos sociais da ciência. Por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: Editora UNESP.

BRINGEL, Breno; DOMINGUES, José Maurício. 2015. Teoria social, extroversão e autonomia: impasses e horizontes da sociologia (semi)periférica contemporânea. Caderno CRH, v. 28, p. 59-76.

CALLON, Michel. 1986. Some elements of a sociology of translation: domestication of the scallops and the fishermen of St. Brieuc Bay. In: LAW, J. Law, Power, action and belief: a new sociology of knowledge? London: Routledge.

______. 1995. Technological Conception and Adoption Network: Lessons for the CTA Practitioner. In: RIP, A.;MISA, T. J., et al. Managing Technology in Society. London, New York: Pinter.

CASTRO, Marco Vinicius de; ALVES, Daniela Alves de. 2016. As controvérsias sociotécnicas sobre as especificações do biodiesel. Sinais, v. 20, p. 99-116. COLLINS, H. M. 1974. The TEA Set: Tacit Knowledge and Scientific Networks. Science Studies, v. 4, n. 2, p. 165-185.

FALKNER, Robert. 2014. Global environmental politics and energy: Mapping the research agenda. Energy Research & Social Science, v. 1, p. 188-197. FERNANDES, Ana Maria. 2000. A construção da ciência no Brasil e a SBPC. 2a edição. Brasília: Editora UNB.

FERREIRA, Mariana Toledo. Periferia pensada em termos de falta: uma análise do campo da genética humana e médica. Revista Sociologias, Porto Alegre, ano 21, n.50, jan-abr 2019, p.80-115.

GRANOVETTER, Mark. 1985. Economic Action and Social Structure: The Problem of Embeddedness. American Journal of Sociology, v. 91, n. 3.

KNORR-CETINA, Karin. 1981. The Manufacture of Knowledge. An Essay on the Constructivist and Contextual Nature of Science. New York: Pergamon Press. KREIMER, Pablo. 2006. ¿Dependientes o Integrados? La ciencia latinoamericana y la nueva división internacional del trabajo. Nómadas (Col), n. 24, p. 199-212.

______. 2011. Internacionalização e tensões da ciência latino-americana. Ciência e Cultura, v. 63, p. 56-59.

KREIMER, Pablo; VESSURI, Hebe. 2018. Latin American science, technology, and society: a historical and reflexive approach. Tapuya: Latin American Science, Technology and Society, v. 1, n. 1, p. 17-37.

LATOUR, Bruno. 1987. Science in Action. Cambridge: Harvard University Press. LAW, John. 1999. After Ant: Complexity, Naming and Topology. The Sociological Review, v. 47, n. 1, p. 1-14.

MEDINA, Leandro Rodriguez. 2013a. Centers and Peripheries in Knowledge Production. New York: Routledge.

______. 2013b. Objetos subordinantes: la tecnología epistémica para producir centros y periferias Revista Mexicana de Sociología, v. 75, n. 1, p. 7-28.

MIGNOLO, Walter. 2003. Histórias Locais / Projetos Globais: Colonialidade, Saberes Subalternos e Pensamento Liminar. Belo Horizonte: Editora UFMG. 505.

MOTOYAMA, Shozo. 2004. Prelúdio para uma história: ciência e tecnologia no Brasil. São Paulo: EDUSP. 518.

NEVES, Fabrício. 2014. A contextualização da verdade ou como a ciência torna-se periférica. CIVITAS, v. 14, n. 3, p. 556-574.

OREGIONI, María Soledad. 2015. Aspectos sociales de la internacionalización de la investigación. Una propuesta de abordaje. Revista iberoamericana de ciencia tecnología y sociedad, v. 10, n. 30, p. 199-229.

PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. 2008. Outra Verdade Inconveniente: a nova geografia política da energia numa perspectiva subalterna. Universitas Humanística, p. 327-365.

QUIJANO, Aníbal. 2003. Colonialidad del Poder, Eurocentrismo y America Latina. In: LANDER, E. La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO.

SANTOS, Boaventura de Sousa. 2011. Para um novo senso comum: a ciência, o direito e a política de transição paradigmática. Volume 1. A crítica da razão indolente. Contra o desperdício da experiência. São Paulo: Cortez.

SCHWARTZMAN, Simon. 2001. Um espaço para a ciência: a formação da comunidade científica no Brasil. Brasília: MCT/CEE.

SOUSA, Ivan Sergio Freire de. 2015. Sociologia da Agroenergia: uma abordagem necessária. STAR, Susan Leigh; GRIESEMER, James R. 1989. Institutional Ecology, `Translations' and Boundary Objects: Amateurs and Professionals in Berkeley's Museum of Vertebrate Zoology, 1907-39. Social Studies of Science, v. 19, n. 3, p. 387-420.

STEPAN, Nancy. 1976. Gênese e evolução da ciência brasileira: Oswaldo Cruz e a política de investigação científica e médica. Rio de Janeiro: Artenova. SUBRAMANIAM, Banu et al. 2016. Feminism, Postcolonialism, Technoscience. In: FELT, U.;FOUCHÉ, R., et al. The Handbook of Science and Technology Studies. 4th edition. Cambridge, Massachusetts: MIT Press.

Downloads

Publicado

28/05/2020