“Parece que tão escondendo alguma coisa”

discursos coloniais sobre a venda de rua senegalesa em Porto Alegre (RS)

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47284/2359-2419.2021.30.183208

Palabras clave:

imigração senegalesa, comércio de rua, discurso colonial

Resumen

Este artigo trata de discursos recentes sobre a venda de rua senegalesa na cidade de Porto Alegre (RS). O objetivo é descrever como tal presença pública e irregular é situada por diferentes atores sociais cotidianos em um ordenamento específico entre classificações de nacionalidade, raça e classe. Para além de uma matéria jornalística representativa, o universo empírico investigado é formado por vivências etnográficas em observação participante e conversas informais com vendedores de rua senegaleses, integrantes da Associação dos Senegaleses de Porto Alegre, e habitués das calçadas em que trabalham os imigrantes informais. Em suma, no contexto analisado, proponho que a presença senegalesa no comércio de rua é comumente narrada como sintoma e causa naturais da ilicitude do ofício na cidade, um epifenômeno da economia informal cuja essência obscura, fechada e irresponsável é comparada a desses imigrantes negros vítimas individualizadas e, paralelamente, agentes de algo que escondem.

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Biografía del autor/a

Filipe Seefeldt de Césaro, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre – RS – Brasil.

Doutorando em Antropologia Social (PPGAS) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mestre em Ciências Sociais (PPGCS) e Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Atualmente, integra o Grupo de Antropologia da Economia e da Política (GAEP - PPGAS/UFRGS) e o Núcleo de Antropologia Visual (NAVISUAL - PPGAS/UFRGS). Desenvolve pesquisa na interseção entre os estudos migratórios e a antropologia urbana, com enfoque atual sobre a venda de rua senegalesa no Brasil.

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Publicado

15/10/2021