Biafra nas páginas da revista Veja (1968-1970)

entre imagens, discursos e representações

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47284/2359-2419.2021.30.345365

Palabras clave:

história, Biafra, Nigéria, Revista Veja, imprensa

Resumen

O presente artigo propõe discutir um conjunto de notícias sobre a Guerra de Biafra (1967-1970) presentes nas páginas da revista Veja. Nosso objetivo cunha-se em examinar os sentidos políticos e retóricos do periódico sobre uma das maiores tragédias humanas do século XX ocorrida no sudoeste do território da Nigéria. O conflito emancipou, pelo povo igbo, a República do Biafra, cuja existência efêmera encharcou a comunidade internacional de imagens que registravam a miséria e as mazelas provocadas pela guerra. No Brasil, Biafra fez-se presente em revistas semanais e jornais diários, oriundos do processo de modernização da imprensa, que atuaram informando os acontecimentos nacionais e internacionais por meio da publicação de notícias imediatas e na formulação e intermediação de projetos de interesses públicos e governamentais. Para esse texto, enquanto fontes documentais, as autoras utilizaram os números publicados pela Revista Veja entre 1968 e 1970, contexto de acontecimentos da guerra. O acervo desse periódico encontra-se disponível gratuitamente no site da própria revista (www.veja.abril.com.br/acervo). As imagens e as narrativas veiculadas no periódico apontam um contexto de fome, violência e debates humanitários.

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Biografía del autor/a

Ana Júlia Pacheco, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre – RS – Brasil.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre – RS – Brasil. Doutoranda no Programa de Pós-graduação em História. Universidade do Estado de Santa Catarina, Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da (NEAB/UDESC), Florianópolis – SC – Brasil. Pesquisadora associada. Professora de História da Rede de Educação do Estado de Santa Catarina (SED/SC). 

Karla Leandro Rascke, Universidade Federal do Sul e Sudeste, Faculdade de História, Marabá – PA – Brasil.

Universidade Federal do Sul e Sudeste, Faculdade de História, Marabá – PA – Brasil. Docente no Programa de Pós-Graduação em História e do ProfHistória. Editora da Escritas do Tempo. Presidente da Comissão Permanente para Diversidade, Heteroidentificação e Etnicidade. Pontifícia Universidade Católica, São Paulo – SP – Brasil. Doutora em História Social. 

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Publicado

15/10/2021