Inteligência artificial e escrita acadêmica: o que nos reserva o algoritmo GPT-3?
DOI:
https://doi.org/10.29051/el.v7i00.15352Palavras-chave:
Inteligência artificial, Escrita acadêmica, Algoritmo GPT-3Resumo
O objetivo deste estudo é discutir os possíveis impactos da inteligência artificial, com foco no algoritmo GPT-3, na produção escrita acadêmica. Esse algoritmo produz conteúdo com base na aprendizagem de mais de 170 bilhões de parâmetros constantes na rede mundial de computadores. O usuário pode criar, com esse banco de dados, frases, parágrafos, diálogos, imagens e capítulos de livros, que seguem normas gramaticais padronizadas, bastando apenas a inserção de um comando inicial, como “estudos apontam”. Realizamos uma pesquisa bibliográfica tomando o objetivo central como ponto de partida para delimitarmos o problema, levantarmos as citações relevantes, aprofundarmos a busca e estabelecermos relação com as fontes obtidas. Os resultados apontam semelhanças de textos produzidos com o uso do GPT-3 a composições humanas, dificultando a identificação da autoria e se diferenciando por trazer referências a fontes utilizadas, o que nos faz pensar acerca dos aspectos éticos, de criatividade e de propriedade intelectual implicados.
Downloads
Referências
BENZON, W. GPT-3: Waterloo or rubicon? Here be Dragons. Cognitive and Neuroscience, ago. 2020. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/343444766_GPT-3_Waterloo_or_Rubicon_Here_be_Dragons. Acesso em: 6 out. 2020.
BOA SORTE, P. Remixes e expressão escrita em língua inglesa. In: JORDÃO, C. M.; MARTINEZ, J.; MONTE MÓR, W. (org.). Letramentos em prática na formação inicial de professores de inglês. Campinas: Pontes, 2018.
BOA SORTE, P. English teaching assistants in Brazil: conceptions of subject matter, teaching and learning to teach. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 11, p. 227-237, 2018.
BODEN, M. Inteligência artificial: uma brevíssima introdução. São Paulo: Editora Unesp, 2020.
BOTTENTUIT JR., J. B.; MENEZ, M. R. C. S.; WUNSCH, L. P. Aplicativos móveis para a alfabetização e letramento no contexto do ensino fundamental. Tempos e Espaços em Educação, v. 11, n. 01, p. 37-56, 2018.
BRASIL. Lei n. 9.279, de 14 de maio de 1996. Regula direitos e obrigações relativos à propriedade intelectual. Brasília, DF, 15 maio 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9279.htm. Acesso em: 6 out. 2020.
BRASIL. Lei n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Brasília, DF, 20 fev. 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm. Acesso em: 6 out. 2020.
BROWN, T. B. et al. Language models are few-shot learners. Cornell University Library. 2020. 75 p. Disponível em: https://arxiv.org/pdf/2005.14165v1.pdf. Acesso em: 30 out. 2020.
BURWELL, C. The pedagogical potential of video remix: critical conversations about culture, creativity and copyright. Journal of Adolescent & Adult Literacy, v. 57, n. 3, p. 205-213, nov. 2013.
BUZATO, M. E. K. et al. Remix, mashups, paródia e companhia: por uma taxonomia multidimensional da transtextualidade na cultura digital. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, Belo Horizonte, v. 13, n. 4, p. 1191-1221, 2013.
CASANAVE, C. P. Performing expertise in doctoral dissertations: thoughts on a fundamental dilemma facing doctoral students and their supervisors. Journal of Second Language Writing, v. 43, n. 1, p. 57-62, 2019.
CELANI, M. A. A. Linguística Aplicada e Transdisciplinaridade. In: FREIRE, M. M. Vias para a pesquisa: reflexões e mediações. São Paulo: Cruzeiro do Sul Educacional - Campus Virtual, 2017.
COPE, B.; KALANTZIS, M.; SEARSMITH, D. Artificial intelligence for education: knowledge and its assessment in AI-enabled learning ecologies. Educational Philosophy and Theory, v. 53, n. 12, p. 1229-1245, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1080/00131857.2020.1728732. Acesso em: 11 nov. 2020.
COPE, B.; KALANTZIS, M. Multiliteracies: literacy learning and the design of social futures. London: Routledge, 2000.
CSIKSZENTMIHALYI, M. Teoria do Flow, pesquisa e aplicações. ComCiência, Campinas, n. 161, set. 2014. Disponível em: http://comciencia.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-76542014000700010&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 11 nov. 2020.
DOMINGOS, P. A few useful things to know about machine learning. Communications of the ACM, v. 55, n. 10, p. 78-87, out. 2012.
FERRARI, F.; CECHINEL, C. Introdução a algoritmos e programação. Bagé, RS: Universidade Federal do Pampa, 2008. Disponível em: http://www.cristiancechinel.pro.br/my_files/algorithms/bookhtml/apostila-algoritmos.html. Acesso em: 2 out. 2020.
FLORIDA, R. The rise of the creative class revisited. New York: Basic Books, 2012.
GLAVEANU, V. P. Paradigms in the study of creativity: introducing the perspective of cultural psychology. New Ideas in Psychology, v. 28, n. 1, p. 79-93, abr. 2010. DOI: https://doi.org/10.1016/j.newideapsych.2009.07.007
GLAVEANU, V. P. et al. Advancing creativity theory and research: a social-cultural manifesto. Journal of Creative Behavior, v. 54, n. 3, p. 741-745, 2019. DOI: https://doi.org/10.1002/jocb.395
HUTCHINS, H. M. Outing the imposter: a study exploring imposter phenomenon among higher education faculty. New Horizons in Adult Education & Human Resource Development, v. 27, n. 2, p. 2-12, 2015.
JANKS, H. Reading texts critically. In: JANKS, H. Literacy and power. USA: Routledge, 2010.
JANKS, H. Doing critical literacy: texts and activities for students and teachers. New York: Routledge, 2014.
JENKINS, H. Cultura da convergência. Trad. Susana Alexandria. São Paulo: Aleph, 2009.
JORDAN, M.; MITCHELL, T. Machine learning: trends, perspectives, and prospects. Science, v. 349, p. 255-260, 2020.
KAUFMAN, D.; SANTAELLA, L. O papel dos algoritmos de inteligência artificial nas redes sociais. Revista Famecos, Porto Alegre, v. 27, p. 1-10, jan./dez. 2020.
KNOBEL, M. Imagining beyond the domesticated “new”: creative remixings of literacies, community, and place. An analytic review of the research literature. Literacy Research Association Conference Symposium, dez. 2015.
LECUN, Y.; BENGIO, Y.; HINTON, G. Deep learning. Nature, v. 521, p. 446-444, 27 maio 2015.
MADDEN, S. Introduction: access as praxis for graduate writing. Praxis: Writing Central Journal, v. 14, n. 1, p. 1-8, 2016.
MOITA LOPES, L. P. (org.) Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.
MUTHUKRISHNAN, N. et al. Brief History of Artificial Intelligence. Neuroimaging Clinics of North America, v. 30, n. 4, p. 393-399, nov. 2018. DOI: https://doi.org/10.1016/j.nic.2020.07.004
NEVES-PEREIRA, M. C. Posições conceituais em criatividade. Psicologia em Estudo, v. 23, p. 1-15, ago. 2018. DOI: https://doi.org/10.4025/psicolestud.v23i0.39223
ONU. Organização das Nações Unidas. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Assembleia Geral das Nações Unidas. Paris, 10 dez. 1948.
PAIVA, V. L. M. O. Manual de pesquisa em estudos linguísticos. São Paulo: Parábola, 2019.
PIZZANI, L. et al. A arte da pesquisa bibliográfica na busca do conhecimento. RDBCI: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 10, n. 2, p. 53-66, 2012. DOI: https://doi.org/10.20396/rdbci.v10i1.1896
RUSSEL, S. J.; NORVIG, P. Artificial Intelligence: a modern approach. New Jersey. Prentice Hall, 2021.
RUSSELL-PINSON, L.; HARRIS, M. L. Anguish and anxiety, stress and strain: Attending to writers’ stress in the dissertation process. Journal of Second Language Writing, v. 43, p. 63-71, 2019.
SEALEY, A.; CARTER, B. Applied Linguistics as social science. London: Continuum, 2004.
SOUZA, M. A. A. Formação de professores de Inglês: buscando caminhos para uma Educação linguística crítica. In: PESSOA, R. R.; SILVESTRE, V. P. V.; MONTE MÓR, W. Perspectivas críticas da Educação linguística no Brasil: trajetórias e práticas de professoras(es) universitárias(os) de Inglês. São Paulo: Pá de Palavra, 2018. p. 163-174.
STEIN, M. Creativity and culture. The Journal of Psychology, v. 36, n. 2, p. 311-22, 1953.
TAULLI, T. Introdução à inteligência artificial: uma abordagem não técnica. 1. ed. São Paulo: Novatec, 2020. 232 p.
THOMPSON, P. Achieving a voice of authority in PhD theses. In: HYLAND, K.; GUINDA, C.S. (Eds.) Stance and voice in written academic genres. UK: Palgrave MacMillan, 2012. p. 119-133.
THÜRLER, D.; SANTOS, J. L. Um debate sobre a escola como tecnologia político-cultural. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 7, n. 12, p. 29-44, out. 2014. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v0i0.2950
TORRANCE, T.F. Revelation, creation and law. The Heythrop Journal, v. 37, p. 273-283, 1996.
TURING, A. Computing machinery and intelligence. Mind, v. LIX, n. 236, p. 433-460, out. 1950, Pages, DOI: https://doi.org/10.1093/mind/LIX.236.433
VINCENT, J. Openai’s latest breakthrough is astonishingly powerful, but still fighting its flaws:the ultimate autocomplete. The Verge, 2020. Disponível em: https://www.theverge.com/21346343/gpt-3-explainer-openai-examples-errors-agi-potential. Acesso em: 5 out. 2020.
VYGOTSKY, L. A construção do pensamento e da linguagem. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 1990.
WANG, P. On defining artificial intelligence. Journal of Artificial General Intelligence, v. 10, n. 2, p. 1-37, ago. 2019. DOI: https://doi.org/10.2478/jagi-2019-0002
ZACCHI, V. J. Literacies and digital gaming: negotiating meanings in English language teacher education. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 11, n. 1, p. 153-168, 2018. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v11i01.9831
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os manuscritos aceitos e publicados são de propriedade da Revista EntreLínguas. Os artigos publicados e as referências citadas na Revista EntreLínguas são de inteira responsabilidade de seus autores.
Transferência de direitos autorais – autorização para publicação
Caso o artigo submetido seja aprovado para publicação, já fica acordado que o(s) autor(es) autoriza(m) a UNESP a reproduzi-lo e publicá-lo na EntreLínguas, entendendo-se os termos “reprodução” e “publicação” conforme definição respectivamente dos incisos VI e I do artigo 5° da Lei 9610/98. O artigo poderá ser acessado pela rede mundial de computadores (Internet), sendo permitidas, a título gratuito, a consulta e a reprodução de exemplar do artigo para uso próprio de quem a consulta, desde que haja a citação ao texto consultado. Essa autorização de publicação 328 EntreLínguas, Araraquara, v. 1, n .2, p. 323-328, jul./dez. 2015 não tem limitação de tempo, ficando a UNESP responsável pela manutenção da identificação do(s) autor(es) do artigo. Os artigos publicados e as referências citadas na Revista EntreLínguas são de inteira responsabilidade de seus autores.