Português, língua acêntrica

Reflexões pela mão do ensino de PLE na China

Autores

  • Manuel João Pires Universidade de Sun Yat-sen (SYSU), Cantão – China

DOI:

https://doi.org/10.29051/el.v8i00.15412

Palavras-chave:

Português, Língua acêntrica, Plurinormativa, PLE, China

Resumo

: Este artigo promove uma reflexão ensaística sobre a língua portuguesa, os seus espaços, cambiantes e (in)definições com base nas perspetivas decorrentes da experiência de ensinar Português Língua Estrangeira (PLE) na China ao longo de uma década. Neste âmbito, criticamos o conceito de língua pluricêntrica no âmbito do ensino de PLE por fazer depender a diversidade ou descentralização da língua portuguesa dos imperativos das normas linguísticas, prolongando uma visão normativa, polarizada e, essencialmente, bicêntrica da língua portuguesa. Neste artigo defendemos o reajustamento do conceito de língua pluricêntrica para língua plurinormativa (porque o seu escopo não está nos espaços ou na diversidade, mas na normatização político-linguística da língua portuguesa) e promovemos o conceito de português enquanto língua acêntrica, feita de múltiplas e interligadas culturas, identidades e referências.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Manuel João Pires, Universidade de Sun Yat-sen (SYSU), Cantão – China

Leitor de Português. Doutorando em Português Língua Estrangeira (ULisboa).

Referências

BATOREO, H. J. Que gramática(s) temos para estudar o Português língua pluricêntrica? Revista Diadorim, Rio de Janeiro, v. 16, p. 1-15, 2014. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/view/4023. Acesso em: 10 abr. 2021.

BATOREO, H. J.; SILVA, A. S. Estudar o português como língua pluricêntrica no enquadramento da Linguística Cognitiva com foco nas variedades nacionais do PE e PB. In: TEIXEIRA E SILVA et al. (org.). III SIMELP: A formação de novas gerações de falantes de português no mundo. China, Macau: Universidade de Macau, 2012.

BLANCHET, P. Introduction à la complexité de l'enseignement du français langue étrangère. Leuven: Peeters Publishers, 1998.

COUTO, M. Países africanos lusófonos relacionam-se num “triângulo tipicamente colonial”. Entrevista cedidada a Lusa. Jornal Público, 10 fev. 2018. Disponível em: https://www.publico.pt/2018/02/10/culturaipsilon/noticia/paises-africanos-lusofonos-relacionamse-num-triangulo-tipicamente-colonial-diz-mia-couto-1802715. Acesso em: 22 abr. 2021.

COUTO; M. Entrevista Mia Couto. Entrevista cedida a Gil Felipe. Revista Bula, 08 dez. 2008. Disponível em: https://acervo.revistabula.com/posts/entrevistas/entrevista-mia-couto. Acesso em: 19 abr. 2021.

CLYNE, M. (ed.). Pluricentric Languages. Differing norms in different nations. Berlin, New York: Mouton de Gruyter, 1992.

DUARTE, I. Português, língua pluricêntrica: Que português ensinar em aulas de língua estrangeira? In: ANDRADE, C.; MICHELETTI, G; SEARA, I. (org.). Memória, Discurso e Tecnologia. São Paulo: Terracota editora, 2016.

FRANCIS, N. Language and dialect in China. Chinese Language and Discourse, v. 7, n. 1, p. 136-149, 2016. Disponível em: https://www.jbe-platform.com/content/journals/10.1075/cld.7.1.05fra. Acesso em: 15 mar. 2021.

HERRERO, M. A. Etnocentrismo lingüístico vs. Plurinormativismo. Consideraciones sobre la variación y variedad del español LE/L2. In: MAESTU, E.; ANDREVA, F.; LÓPEZ, M. (eds.). Panhispanismo y variedades en la enseñanza del español L2-LE. ASELE: España, 2017, p. 131-140.

HERRERO, M. A. Del lectocentrismo al plurinormativismo. Reflexiones sobre la variedad del español como lengua segunda o extranjera. Estudios Filológicos, n. 64, p. 129-148, 2019. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7755412. Acesso em: 10 jan. 2021.

HU, K. The Cantonese Linguicide: A Study of Prospective Language Death in Hong Kong. International Journal of Culture and History, v. 3, n. 2, p. 134-141, 2017. Disponível em: http://www.ijch.net/vol3/090-LM0025.pdf. Acesso em: 17 mar. 2021.

JATOBÁ, J. R. Política e Planejamento Linguístico na China: Promoção e Ensino da Língua Portuguesa. 2020. Tese (Doutorado em Português Língua Estrangeira) – Faculdade de Artes e Humanidades, Universidade de Macau, China, 2020.

KURPASKA, M. The effects of language policy in China. AJęzyk. Komunikacja. Informacja. n. 12, p. 14-24, 2017. Disponível em: http://yadda.icm.edu.pl/yadda/element/bwmeta1.element.ojs-doi-10_14746_jki_2017_12_1. Acesso em: 10 jun. 2021.

MASUDA, K. Ideología del estándar y realidad plurinormativa de la lengua española: el caso de ELE en Japón. 2020. Tese (Doutorado em Filologia Hispânica) – Facultad de Filología y Comunicación, Universitat de Barcelona, España, 2020.

MINGAS, A. Interferência do kimbundu no português falado em Lwanda. Luanda: Chá de Caxinde, 2007.

NGUNGA, A. Interferências de línguas moçambicanas em português falado em Moçambique. Revista Científica da Universidade Eduardo Mondlane, v. 1, n. 0, p. 7-20, 2012. Disponível em: http://www.revistacientifica.uem.mz/revista/index.php/lcs/article/view/32. Acesso em: 02 dez. 2020.

PIRES, M. J. Gaokao: fare more than an exam. Revista Diadorim, Rio de Janeiro, v. 21, Especial, p. 168-185, 2019. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/view/27418/17545. Acesso em: 17 out. 2020.

SILVA, A. S. Pluricentricity: Language Variation and Sociocognitive Dimensions. New York: De Gruyter, 2013.

SILVA, A. S. O português no mundo e a sua estandardização: entre a realidade de uma língua pluricêntrica e o desejo de uma língua internacional. In: BARROSO, H. (coord.). O Português na Casa do Mundo, Hoje. Braga: Centro de Estudos Humanísticos da universidade do Minho. 2018.

YAN, Q.; ALBUQUERQUE, F. O Ensino do Português na China – Parâmetros e Perspetivas. Natal: EDUFRN, 2019.

YE, Z. Algumas Considerações sobre a Expansão do Ensino da Língua Portuguesa na China. In: GROSSO, M. J.; GODINHO, A. P. (eds.). O Português na China: Ensino e Investigação. Lisboa: Lidel, 2014.

Publicado

30/03/2022

Como Citar

PIRES, M. J. . Português, língua acêntrica: Reflexões pela mão do ensino de PLE na China. Revista EntreLinguas, Araraquara, v. 8, n. 00, p. e022045, 2022. DOI: 10.29051/el.v8i00.15412. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/entrelinguas/article/view/15412. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos