Diversidade linguística e a violência simbólica nas regiões de fronteira brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29051/el.v7iesp.6.15453

Palavras-chave:

Fronteiras brasileiras, Política linguística, Formação de professores, Violência simbólica

Resumo

O presente artigo tem como finalidade apresentar um breve panorama do cenário acerca da educação linguística que vem sendo oferecida nas escolas de fronteira brasileira, especificamente na região Norte. Os aportes teóricos que norteiam esse estudo foram baseados em pesquisadores da área da linguística aplicada e da sociolinguística e, para discutir o poder simbólico instaurado nas instituições de ensino, utilizou-se Bourdieu (2007) e Foucault (1999,2001). Pretende-se estabelecer uma reflexão crítica sobre a situação em que se encontra os profissionais que atuam em escolas de contextos de minoria, contribuindo assim para um questionamento sobre a necessidade de se estabelecer políticas públicas voltadas a realidade local.

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Biografia do Autor

Janaína Moreira Pacheco de Souza, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Maracanã – RJ – Brasil

Professora Adjunta do Departamento de Estudos Aplicados ao Ensino na Faculdade de Educação da UERJ. Doutora em Educação.

João dos Santos Barros, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Maracanã – RJ – Brasil

Doutorando no Programa de pós-graduação em educação (ProPEd). Professor de Língua Portuguesa e Literatura.

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Publicado

28/12/2021

Como Citar

SOUZA, J. M. P. de; BARROS, J. dos S. Diversidade linguística e a violência simbólica nas regiões de fronteira brasileira. Revista EntreLinguas, Araraquara, v. 7, n. esp.6, p. e021152, 2021. DOI: 10.29051/el.v7iesp.6.15453. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/entrelinguas/article/view/15453. Acesso em: 28 mar. 2024.