História da leitura: professores leitores, políticas de circulação do livro e as reverberações na docência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29051/el.v6i2.14294

Palavras-chave:

Formação de professores, Leitura, Capital cultural.

Resumo

O presente artigo perscruta os reflexos dos estudos preconizados por Roger Chartier nas investigações acerca da história da leitura. Se a história da leitura é a história dos seus leitores, investigar professores e seus modos de fabricação de um universo leitor pode nos levar a uma compreensão mais elaborada de como os professores leitores constroem uma ambiência de leitura em suas práticas pedagógicas cotidianas. Este estudo tem como objetivo analisar a relação entre o capital cultural e a formação leitora de professores da rede pública em Teresina-PI, mais especificamente na Escola Municipal Professor Valdemar Sandes. Nesse sentido investigou-se, a partir de fragmentos da história de vida relatada pelos professores pesquisados, seus itinerários de formação leitora e seus desdobramentos para a vida pessoal e profissional dos sujeitos. Para tanto, utilizou-se a metodologia da história oral, fazendo a construção de dados a partir de entrevistas narrativas nas quais foi enfocada a questão da leitura como prática cultural dos referidos professores. Na medida em que se foi situando teoricamente as elucidações conceituais, estudou-se os fragmentos destas narrativas e a posteriori foi feita uma análise dos ditos dos informantes. No primeiro momento, introduziu-se uma discussão sobre a leitura e a construção da legitimidade desta como uma prática cultural simbólica inferindo sobre as políticas de circulação do livro e, posteriormente, dialogou-se com os estudos sobre formação docente, habitus e capital cultural de professores através das narrativas biográficas. Estas discussões estão fundamentadas nas contribuições da história cultural (CHARTIER,1999) e na teoria das estruturas sociais, ou praxiologia, proposta pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, centrando-se principalmente nos conceitos de capital cultural (BOURDIEU, 1975; 1989; 1990; 1998; 1999; 2007). Desta forma, conclui-se que o capital cultural é todo recurso ou poder que se manifesta em uma atividade social referindo-se a um capital simbólico que no tocante à formação de professores e às práticas leitoras apresenta um itinerário plural. Também se verificou que os sujeitos apresentam semelhanças em seus percursos de vida e formação, pois estão inseridos nas classes menos favorecidas da sociedade e estes também apresentam aspectos dissonantes caracterizados pelos seus modos de interagir com a cultura.

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Biografia do Autor

Marta Rochelly Ribeiro Gondinho, Universidade Federal do Piauí (UFPI), Teresina – PI

Professora Adjunta do Departamento Métodos e Técnicas de Ensino – DMTE. Doutorado em Educação (UFRJ).

Luisa Xavier de Oliveira, Universidade Federal do Piauí (UFPI), Teresina – PI

Professora Adjunta do Departamento Métodos e Técnicas de Ensino – DMTE. Doutorado em Educação (UFRJ).

Caio Veloso, Universidade Federal do Piauí (UFPI), Teresina – PI

Doutorando em Educação.

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Publicado

07/10/2020

Como Citar

RIBEIRO GONDINHO, M. R.; OLIVEIRA, L. X. de; VELOSO, C. História da leitura: professores leitores, políticas de circulação do livro e as reverberações na docência. Revista EntreLinguas, Araraquara, v. 6, n. 2, p. 436–448, 2020. DOI: 10.29051/el.v6i2.14294. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/entrelinguas/article/view/14294. Acesso em: 11 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos