Diz/topias

Construindo lugares de (r)existência na poesia brasileira de autoria transvestigênere

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18176

Palavras-chave:

Poéticas contemporâneas, Literatura de autoria transvestigênere, Utopias queer

Resumo

O imaginário e nossas vivências são transformados, pela via da criação literária, em corpo-texto, capaz de construir outros lugares possíveis frente ao impossível da colonialidade. Desse modo, pensamos a poesia de autoria transvestigênere como diz/topias, isto é, a poesia como palavras de ocupar mundos, uma escrita que integra o processo de autorrecuperação e inventa lugares [topias/tropos] para discutir nossa existência e uma resistência concebida como futuro: mundos possíveis de sonho, de afeto, de criatividade, de coletividade. Assim, discutiremos a partir das obras Mem(orais): poéticas de uma byxa-travesty preta de cortes, de Luna Souto Ferreira (2019); Escuiresendo: ontografias poéticas, de Abigail Campos Leal (2020), Sal a gosto, de Esteban Rodrigues (2018) e Profecia, de Diana Salu (2022), como suas poéticas inventam novos lugares, diz/topias, capazes de integrar um processo de autorrecuperação e de invenção de espaços outros que possibilitam não só sonhos, lutas e afetos; mas também ir além da dor, consolidando nossos esforços para existir e resistir a esse mundo que nos quer silenciadas e mortas.

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Biografia do Autor

Manuela Rodrigues Santos, Instituto Federal de Sergipe

Professora de Língua Portuguesa e suas respectivas literaturas. Doutorado em Literatura (UnB).

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Publicado

01/08/2023

Como Citar

SANTOS, M. R. Diz/topias: Construindo lugares de (r)existência na poesia brasileira de autoria transvestigênere. DOXA: Revista Brasileira de Psicologia e Educação, Araraquara, v. 24, n. esp.1, p. e023006, 2023. DOI: 10.30715/doxa.v24iesp.1.18176. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/doxa/article/view/18176. Acesso em: 27 abr. 2024.