“Mulher não cabe em caixinha”

Problematizando machismos e feminilidades a partir da música “Perfeitinha”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18180

Palavras-chave:

Artefatos Culturais, Currículo, Escolas, Feminismo, Feminilidades

Resumo

Os feminismos constituem um movimento que reivindica a equidade de gênero, a partir da luta pelos direitos sociais e políticos das mulheres. Este estudo trata-se do recorte de uma pesquisa qualitativa mais abrangente realizada em três escolas da Educação Básica de um município do Cariri cearense, que objetivou analisar as narrativas de jovens/mulheres estudantes acerca de feminismos e feminilidades no contexto escolar. Os procedimentos investigativos envolveram a realização de uma entrevista semiestruturada, a partir da problematização da música “Perfeitinha”, por meio da análise foucaultiana do discurso. Diante das análises, foi possível perceber que a cultura machista reflete na sociedade e em diferentes artefatos culturais, inclusive nas músicas sertanejas, onde se manifestam de forma mais explícita. Assim, destacamos a necessidade de incorporar, de modo contínuo e sistemático, as temáticas gênero, feminismos e feminilidades nos currículos escolares e acadêmicos, para que possamos repensar a educação a partir de uma abordagem queer.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Elaine de Jesus Souza, Universidade Federal do Cariri Instituição

Professora Adjunta do Instituto Formação de Educadores. Professora Permanente do PPGECIMA/UFS. Pós-doutoranda em Educação na (UFBA).

Eugerbia Paula Rocha, Universidade Federal do Rio Grande

Mestranda em Educação.

Referências

ABRAMOVAY, M.; CASTRO, G. M.; SILVA, L. B. Juventudes e sexualidade. Brasília, df: UNESCO Brasil, 2004.

ALBERTIM, R.; MARTINS, M. Relacionamento abusivo: O controle sobre a roupa, beleza e corpo da mulher. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE INICIAÇÃO CIENTIFICA EM DESIGNER E MODA, 5., 2018, Curitiba. Anais [...]. Curitiba, PR: PUCPR, 2018.

ANDRADE, P. D.; COSTA, M. V. Usos e possibilidades do conceito de pedagogias culturais nas pesquisas em estudos culturais em educação. Textura, Canoas, v. 17, n. 34, p. 48-63, 2015. Disponível em: http://www.periodicos.ulbra.br/index.php/txra/article/viewFile/1501/1140. Acesso em: 17 out. 2022.

BERALDO, B. O que é feminilidade? Papéis sociais e o feminismo contemporâneo. In: CONGRESSO INTERNACIONAL EM COMUNICAÇÃO E CONSUMO, 4., 2014, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: ESPM, 2014.

BLAU, T. G.; CADONÁ, E. (Des) construção de gênero no cenário sertanejo universitário. Revista Psicologia em Foco, v. 11, n. 16, p. 68-88, 2019. Disponível em: https://revistas.fw.uri.br/index.php/psicologiaemfoco/article/view/3543. Acesso em: 20 jun. 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Violência intrafamiliar: orientações para prática em serviço. Brasília, DF: MEC, 2001. 96 p. ISBN 85-334-0436.

BRASIL. Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher [...]. Brasília, DF: Presidência da República, 2006. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm. Acesso em: 02 jun. 2022.

CAMPOLINA, T. A naturalização da violência contra a mulher em frases do cotidiano. Portal Revista Fórum, 2015. Disponível em: https://revistaforum.com.br/blogs/ativismo-de-sofa/2015/11/26/naturalizao-da-violncia-contra-mulher-em-frases-do-cotidiano-30520.html. Acesso em: 13 out. 2023.

DÁVILA, M. Por que lutamos? :um livro sobre amor e liberdade. São Paulo: Planeta do Brasil, 2019.

ENRÍQUEZ, L. Eficacia performativa del vocablo feminicidio y legislación penal como estratégia de resistência. In: ESCALERA, A. M. M. (coord.). Feminicidio: actas de denuncia y controvérsia. Ciudad de México: UNAM; PUED, 2010.

FELIPE, J.; MORAES, J. T. Como problematizar as violências de gênero na educação infantil? Uma proposta em discussão. Revista Prâksis, v. 3, p. 137-154, 2019. Disponível em: https://periodicos.feevale.br/seer/index.php/revistapraksis/article/view/1917. Acesso em: 18 maio 2022.

FISCHER, R. M. B. O estatuto pedagógico da mídia: questões de análise. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 22, n. 02, p. 59-80, 1997. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/71363. Acesso em: 18 jun. 2022.

FOUCAULT, M. A Ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 1996.

GARCIA, J. et al. A Influência da música brasileira na naturalização da violência contra a mulher. Anais da Jornada Científica dos Campos Gerais, v. 15, 2017. Disponível em: https://www.iessa.edu.br/revista/index.php/jornada/article/view/268. Acesso em: 23 jun. 2022.

GIROUX, H. A. A disneyzação da cultura infantil. In: SILVA, T. T.; MOREIRA, A. F. B. (org.). Territórios contestados: o currículo e os novos mapas políticos e culturais. 5. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

GOMES, I. R. R. A intenção feminina em permanecer em um relacionamento abusivo. 2018. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) – Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2018.

HALL, S. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções de nosso tempo. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 22, n. 2, p. 15-46, jul./dez. 1997.

HIRIGOYEN, M.-F. A violência no casal: da coação psicológica à agressão física. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

KELLNER, D. A cultura da mídia – estudos culturais: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno. Bauru, SP: EDUSC, 2001.

LOURO, G. Lopes. Pedagogias da sexualidade. In: LOURO, G. L. (org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

MAKNAMARA, M. Afinidades e afinações pós-críticas em torno de currículos de gosto duvidoso In: PARAÍSO, M. A.; MEYER, D. E. E. (org.). Metodologias de pesquisas pós-críticas em educação. 2. ed. Belo Horizonte: Mazza, 2014.

MAKNAMARA, M. Discursos, subjetividades e formação docente: entre Culturas da mídia e da memória. Caderno de Letras, Pelotas, n. 40, p. 197-208, maio/ago. 2021. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/cadernodeletras/article/view/20750. Acesso em: 17 jun. 2022.

MAKNAMARA, M. Quando artefatos culturais fazem-se currículo e produzem sujeitos. Reflexão e Ação, Santo Cruz do Sul, v. 27, n. 1, p. 04-18, 2020. Disponível em: https://online.unisc.br/seer/index.php/reflex/article/view/14189. Acesso em: 17 jun. 2022.

MOREIRA, I. 15 Alertas Para Identificar Um Relacionamento Abusivo. Revista Galileu, 2016. Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2016/09/15-alertas- para-identificar-um-relacionamento-abusivo.html. Acesso em: 07 dez. 2020.

NICHOLSON, L. Interpretando o gênero. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 8, n. 2, 2000. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/11917. Acesso em:1 jun. 2022.

OLIVEIRA, F. M. et al. Romantização do relacionamento abusivo, uma violência silenciosa: A ineficácia da lei Maria da Penha. In: ENCONTRO DE PESQUISA E EXTENSÃO DA FACULDADE LUCIANO FEIJÃO, 6., 2016, Sobral. Anais [...]. Sobral, CE: [n. d.], 2016. ISSN 2318.4329.

OLIVEIRA, T. Feminismo contemporâneo: uma análise da Marcha das Vadias. In: JORNADA INTERNACIONAL POLÍTICAS PÚBLICAS, 7., 2015. Anais [...]. [S. l.]: [n. d.], 2015.

PARAÍSO, M. A. Currículo e mídia educativa brasileira: poder, saber e subjetivação. Chapecó: Argos, 2007.

RADFORD, J.; RUSSELL, D. E. H. (ed.). Femicide: The politics of woman killing. Nueva York: Twayne; Gale Group, 1992.

RAGO, M. Feminizar é preciso, ou por uma cultura filógina. Revista do SEADE, São Paulo, v. 15, n. 3, p. 58-66, 2001.

ROSA, C. E.; FELIPE, J.; LEGUIÇA, M. L. “Eu não sou um homem fácil”: scripts de gênero e sexuais em tela e na educação. Revista Prâksis, v. 2, p. 284-300, 2019. Disponível em: https://periodicos.feevale.br/seer/index.php/revistapraksis/article/view/1923. Acesso em: 17 jun. 2022.

SANTOS, A.; SANCHOTENE, N.; VAZ, P. A invenção do relacionamento abusivo: sofrimento e sentido nas relações amorosas ontem e hoje. LÍBERO, ano 22, n. 44, p. 122-135, 2019. Disponível em: https://seer.casperlibero.edu.br/index.php/libero/article/view/1072. Acesso em: 17 out. 2022.

SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & realidade, v. 20, n. 2, p. 71-99, 1995. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/71721. Acesso em: 17 out. 2022.

SILVA, N. F. N.; SALES, A. N.; BASTOS, S. N. D. Feminilidades e masculinidades: uma análise a partir de filmes infantis. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 6., 2017, Florianópolis. Anais [...]. Florianópolis: UFSC, 2017.

SILVEIRA, R. M. H. A entrevista na pesquisa em Educação – uma arena de significados. In: COSTA, M. V. Caminhos investigativos II: outros modos de pensar e fazer pesquisa em educação. 2. ed. Rio de Janeiro: Lamparina editora, 2007.

Publicado

01/08/2023

Como Citar

SOUZA, E. de J.; ROCHA, E. P. “Mulher não cabe em caixinha”: Problematizando machismos e feminilidades a partir da música “Perfeitinha”. DOXA: Revista Brasileira de Psicologia e Educação, Araraquara, v. 24, n. esp.1, p. e023014, 2023. DOI: 10.30715/doxa.v24iesp.1.18180. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/doxa/article/view/18180. Acesso em: 23 dez. 2024.