Mães universitárias: desafios na conciliação entre maternidade e vida acadêmica

Lais Ramos Sanches; Amanda Silvério Fernandes Alonso; Marcelo Dalla Vecchia

doi:10.30715/doxa.v26i00.20133

Autores

Lais Ramos Sanches Universidade Federal de São João del-Rei https://orcid.org/0000-0002-0522-9950
Amanda Silvério Fernandes Alonso Faculdade de Minas https://orcid.org/0009-0002-9270-1383
Marcelo Dalla Vecchia Universidade Federal de São João del-Rei https://orcid.org/0000-0001-7537-3598

DOI:

https://doi.org/10.30715/doxa.v26i00.20133

Palavras-chave:

Maternidade, Ensino Superior, Gênero

Resumo

A maternidade é uma experiência permeada pela constituição histórica, social e relacional do gênero, e ela ganha novas significações quando é vivenciada durante o percurso acadêmico. A pesquisa buscou compreender os desafios das alunas-mães inseridas no contexto da graduação. Para isso, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, com posterior análise a partir dos núcleos de significação. Foram identificados os desafios no que se refere à distância dos filhos, a escassez de políticas e os desafios na conciliação entre maternidade, vida acadêmica e trabalho. Essa conciliação é perpassada por desigualdades de gênero que implicam demandas de cuidado às mulheres. Demanda-se a implementação de políticas de apoio e permanência às alunas gestantes e mães.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lais Ramos Sanches, Universidade Federal de São João del-Rei

Doutoranda em Psicologia no Programa de Pós Graduação em Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei (PPGPSI-UFSJ) tendo como orientação teórica a Psicologia Histórico-Cultural. Graduada em Psicologia pela Universidade Federal de São João del-Rei. Mestra em Psicologia, na linha de pesquisa Instituições, saúde e sociedade, no PPGPSI-UFSJ, onde desenvolveu pesquisa no campo de álcool e outras drogas e políticas públicas. Atualmente atua como Professora Adjunta do curso de Psicologia da Faminas - Centro Universitário. Já atuou como Psicóloga Educacional no Ensino Superior, como Coordenadora do curso de Psicologia na Faminas, como Técnica de Nível Superior no Centro de Referência da Assistência Social e como Educadora Social no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. É Gestalt-terapeuta Unidocktor, possui pós-formação continuada em Gestalt-terapia pelo Instituto Ampliando Fronteiras, atua como Psicóloga Clínica e supervisora clínica.

Amanda Silvério Fernandes Alonso, Faculdade de Minas

Graduanda em Psicologia, FAMINAS MURIAÉ, com término em 2026. Sendo atualmente estagiária do CRAS II, pela Prefeitura de Carangola.

Marcelo Dalla Vecchia, Universidade Federal de São João del-Rei

Professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Licenciado em Psicologia e Psicólogo pela UNESP/Bauru; Especialista em Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes pela USP e em Formação Superior de Profissionais de Saúde pela FIOCRUZ; Mestre e Doutor em Saúde Coletiva pela UNESP/Botucatu; com estágio pós-doutoral no Programa de Pós-graduação em Psicologia da UFJF. Na UFSJ, foi membro do Colegiado, vice-coordenador e coordenador do Programa de Pós-graduação em Psicologia; do Colegiado e do Núcleo Docente Estruturante do curso de graduação em Psicologia; e membro da Comissão de Extensão da UFSJ. Atuou como editor associado, editor geral e editor científico da revista Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia; e foi membro da editoria de Saúde Mental do periódico Interface: Comunicação, Saúde e Educação. Atualmente é vice-presidente da Regional MG/ES da ABRAPSO; e faz parte do GT 02, A psicologia sócio-histórica e o contexto brasileiro de desigualdade social, da ANPEPP. Faz parte da coordenação do Laboratório de Psicologia Histórico-Cultural da UFSJ (LAPSIHC-UFSJ). Bolsista de produtividade em pesquisa FAPEMIG/CNPq, dedica-se à pesquisa dos fundamentos e práticas da Psicologia Histórico-Cultural; da tradição marxista da determinação social do processo saúde-doença, e dos subsídios da teoria social marxiana e da Psicologia Social Latino-Americana para a abordagem dos processos grupais. contato: mdvecchia@ufsj.edu.br

Referências

Aguiar, W. M. J., & Ozella, S. (2006). Núcleos de significação como instrumento para a apreensão da constituição dos sentidos. Psicologia: Ciência e Profissão, 26(2), 222–245. https://doi.org/10.1590/S1414-98932006000200006

Althusser, L. (2022). Ideologia e aparelhos ideológicos do Estado. Paz & Terra.

Antloga, C. S., Silva, A. S., & Santos, E. M. (2023). Percepção de danos físicos, psíquicos e sociais no trabalho de ser mãe universitária. Psicologia: Ciência e Profissão, 43(10), e253141. https://doi.org/10.1590/1982-3703003253141

Beltrão, K. I., & Alves, J. E. D. (2009). A reversão do hiato de gênero na educação brasileira no século XX. Cadernos de Pesquisa, 39(136), 125–156. https://doi.org/10.1590/S0100-15742009000100007

Bonalume, C. R. (2022). O lazer das mulheres: Uma ação política. Revista Brasileira de Estudos do Lazer, 9(2), 42–60. https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/36324/31927

Brasil. (2010). Decreto nº 7.234, de 19 de julho de 2010. Dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil – PNAES. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20072010/2010/decreto/d7234.htm

Brito, Q. H. F., Avena, K. M., Portilho, E. M. L., Pereira, M. A., & Quintanilha, L. F. (2021). Maternidade, paternidade e vida acadêmica: Impactos e percepções de mães e pais estudantes de medicina. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 37(4), 515–523. https://doi.org/10.1590/1981-5271v45.4-20210309

Campos, E. M. P., Rodrigues, A. L., Machado, P., & Alvarez, M. (2007). Relatos de experiência: Intervenção em grupo: Experiência com mães de crianças com câncer. Psicologia: Estudos, 12(3), 491–498. https://doi.org/10.1590/S1413-73722007000300021

Capone, S. M. I., & Souza, I. G. L. (2021). Maternidade e carreira durante a pandemia da covid-19: o papel das organizações na visão das mulheres-mães. Revista Brasileira de Administração Científica, 12(4), 141–156. https://doi.org/10.6008/CBPC2179684X.2021.004.0010

Carvalho-Silva, H. H., Batista, A. A. G. & Alves, L. (2014). A escola e famílias de territórios metropolitanos de alta vulnerabilidade social: Práticas educativas de mães “protagonistas”. Revista Brasileira de Educação, 19(56), 215–232. https://doi.org/10.1590/S1413-24782014000100007

COPPE/UFRJ. (2024). Sala de amamentação é inaugurada por alunas da COPPE. Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia. https://coppe.ufrj.br/planeta-coppe/sala-de-amamentacao-e-inaugurada-poralunas-da-coppe/

Carpes, P. B. M., Oliveira, L., Soletti, R., & Stanisçuski, F. (2022). Parentalidade e carreira científica: O impacto não é o mesmo para todos. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 31(2), e2022354. https://doi.org/10.1590/S2237-96222022000200013

Dore, R. (2006). Gramsci e o debate sobre a escola pública no Brasil. Cadernos CEDES, 26(70), 329–352. https://doi.org/10.1590/S0101-32622006000300004

Duarte, R. (2004). Entrevistas em pesquisas qualitativas. Educar, 24, 213–225. https://doi.org/10.1590/0104-4060.357

Ferreira, K. R., & Furtado, M. A. S. (2022). Vivência de mães universitárias do ISB/UFAME. Construção Psicopedagógica, 32(33), 59–76. https://doi.org/10.37388/CP2022/v32n33a07

Forna, A. (2000). A mãe de todos os mitos. Ediouro.

Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. Atlas.

Guiginski, J., & Wajnman, S. (2019). A penalidade pela maternidade: Participação e qualidade da inserção no mercado de trabalho das mulheres com filhos. Revista Brasileira de Estudos de População, 36, e0090. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0090

Guimarães, N. A., Hirata, H. S., & Sugita, K. (2011). Cuidado e cuidadoras: O trabalho de care no Brasil, França e Japão. Sociologia & Antropologia, 1(1), 151–180. https://doi.org/10.1590/2238-38752011v117

Hirata, H., & Kergoat, D. (2007). Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de Pesquisa, 37(132), 595–609. https://doi.org/10.1590/S0100-15742007000300005

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). (2024). Resumo do Censo da Educação Superior 2022. https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/resumo_tecnico_censo_educacao_superior_2022.pdf

Lane, S. T. M. (2012). O processo grupal. In S. T. M. Lane & W. Codo (Eds.), Psicologia social: O homem em movimento (pp. 78–98). Brasiliense.

Leite, A. C. F., & Alves, F. C. (2022). Trabalho, maternidade e permanência no ensino superior. Ensino em Perspectivas, 3(1), 1–15. https://revistas.uece.br/index.php/ensinoemperspectivas/article/view/8801

Leite, M. G., Rodrigues, D. P., Sousa, A. A. S., Melo, L. P. T., & Fialho, A. V. M. (2014). Sentimentos advindos da maternidade: Revelações de um grupo de gestantes. Psicologia em Estudo, 19(1), 115–124. https://doi.org/10.1590/1413-7372217650011

Oliveira, D. M., Rena, P. B. O., Mendonça, E. T., Pereira, E. T., Jesus, M. C. P., & Merighi, M. A. B. (2016). O grupo operativo como instrumento de aprendizagem do cuidado por mães de filhos com deficiência. Pesquisa Escola Anna Nery, 20(3). https://doi.org/10.5935/1414-8145.20160077

Organização Mundial da Saúde. (2023). Infant and young child feeding. WHO. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/infant-and-young-child-feeding

Pereira, E. R., & Sawaia, B. B. (2020). Práticas grupais: espaço de diálogo e potência. Pedro & João.

Pontes, V. V., Queiroz, F. S., Nascimento, J. S., & Fonseca, F. D. T. (2022). Transição para a maternidade na trajetória acadêmica: Estratégias de reparação dinâmica do self e de resistência no campo social de jovens universitárias. Estudos de Psicologia, 39, e200190. https://doi.org/10.1590/1982-0275202239e200190

Raupp, M. D. (2004). Creches nas Universidades Federais: questões, dilemas e perspectivas. Educação e Sociedade, 25(86), 197–217. https://doi.org/10.1590/S0101-73302004000100010

Rodrigues, L. N., Christoffel, M. M., Smeha, L. N., Benedetti, F. J., & Abaid, J. L. W. (2022). Acolhimento e desafios no retorno ao trabalho, após licença maternidade em uma instituição de ensino. Revista de Enfermagem da UFSM, 12(44), e44. https://doi.org/10.5902/2179769268966

Santos, L. P. (2010). Deficiência e maternidade. In C. J. S. Machado, I. M. L. F. Santiago, & M. L. S. Nunes (Eds.), Gênero e práticas culturais: Desafios históricos e saberes interdisciplinares (pp. 219–230). EDUEPB.

Silva, S. M. P., França, M. H. O., & Marques, L. H. O. (2023). Mulheres e saúde mental: Reflexões a partir da bibliografia e de um relato de experiência. Revista PsicoFAE: Pluralidades em Saúde Mental, 12(2), 43–56. https://revistapsicofae.fae.edu/psico/article/view/432

Silva, M. C. R. F., & Guedes, C. (2020). Redes sociais e ativismo materno: Desafios entre estudantes de uma universidade pública. Revista Katálysis, 23(3), 470–482. https://doi.org/10.1590/1982-02592020v23n3p470

Souza, T. M. S. (2006). Emoções e capital: As mulheres no novo padrão de acumulação capitalista [Tese de Doutorado em Psicologia Social]. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. https://tede2.pucsp.br/handle/handle/17155

Teixeira, C. M. (2009). As mulheres no mundo do trabalho: Ação das mulheres, no setor fabril, para a ocupação e democratização dos espaços público e privado. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 25(2), 237–244. https://doi.org/10.1590/S0102-37722009000200012

UNICEF. (2023). O cuidado integral e a parentalidade positiva na primeira infância. Unicef Brasil. https://www.unicef.org/brazil/biblioteca

Universidade de Brasília. (s.d.). Primeira sala de amamentação da UnB está na BCE. https://noticias.unb.br/institucional/7531-primeira-sala-de-amamentacao-da-unbesta-na-bce

Universidade Federal de São João del-Rei. (2023). Cuidados na amamentação. https://ufsj.edu.br/progp/cuidados_na_amamentacao.php

Universidade Federal Fluminense. (2024). Sala de apoio à amamentação da UFF recebe certificação do Ministério da Saúde. UFF. https://www.uff.br/informe/sala-deapoio-a-amamentacao-da-uff-recebe-certificacao-do-ministerio-da-saude/

Walczak, A. T., & Silva, F. F. (2024). Pandemia, maternidade e ciência: Experiências e reflexões de cientistas mães da Universidade Federal do Pampa. Educação em Revista, 40, e42213. https://doi.org/10.1590/0102-469842213