As trajetórias escolares: percepções de crianças/alunos e professoras
DOI:
https://doi.org/10.30715/rbpe.v19.n2.2017.10958Palavras-chave:
Trajetórias escolares. Percepções de alunos/crianças. Ensino Fundamental I.Resumo
Pode-se dizer que há dois eixos centrais que perpassam o conceito de infância. O primeiro é a socialização, atrelada principalmente às instituições sociais, como a escola e a família, em que adultos ensinam maneiras de ser e agir em sociedade para a manutenção e coesão da mesma. E, o segundo, é a individualização, na qual a criança é um sujeito de direitos e um protagonista social. Permeados pela socialização e individualização, entender as percepções que crianças/alunos podem formular sobre o próprio processo escolar se tornou um eixo de fundamental importância para a compreensão de trajetórias escolares. De tal modo, o objetivo deste texto consistiu em apreender a percepção de duas crianças/alunos sobre as experiências e desempenhos escolares apresentados por eles no decorrer de parte do Ensino Fundamental I e relacionar tais percepções a de professores que ministraram aulas para eles. Trata-se de uma pesquisa de mestrado e doutoramento que acompanhou em 2009, 2011 e 2012 - no 2º, 4º e 5º ano, uma menina e um menino, com sete a dez anos de idade, que foram indicados no 2º ano pela professora responsável pela turma deles como estudantes que apresentavam desempenhos medianos. Configurou-se como um estudo longitudinal qualitativo que utilizou como instrumento de coleta de dados a análise de documentos escolares, observações de aulas e entrevistas com professores e alunos (neste caso foram empregadas estratégias lúdicas). Além disso, os estudantes também responderam a um questionário e produziram um texto autobiográfico para relatar as experiências que mantinham com a escola. Foi possível concluir que os dois alunos expuseram suas percepções sobre os desempenhos escolares e experiências vivenciadas no contexto escolar desde o 2º ano de escolarização, as quais nem sempre corroboraram com indicações dadas por professores. Os dois alunos/crianças demonstraram preocupações com a possibilidade de acesso a determinadas escolas, em detrimento de outras, na sequência do processo de escolarização.
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