Educação: arte como arte do rompimento ou da desconstrução
DOI:
https://doi.org/10.29373/sas.v9i1.14213Palavras-chave:
Educação, Arte na educação, Escola, Sociedade.Resumo
Educação formal é, mormente, a escolar, feita numa instituição ad hoc, em parte compulsória (constitucional), com legislação própria, em geral rígida, com tonalidades domesticadoras flagrantes e oferecida por profissionais exclusivos. Esta visão analítica pode pender para uma crítica ácida, mas, antes de mais nada, faz uma constatação natural no mundo da vida: as instituições são ambíguas por natureza, tal qual a própria vida e suas espécies. Família, uma das instituições biológicas mais fundamentais e fundantes da sociedade também é ambígua: muitas são o lugar ideal para alguém se criar; nem todas, porém, e sem culpa quiçá, por conta de condições insuficientes de sobrevivência. Algumas famílias degringolam, se desfazem, tornando-se sua destituição preferível a manter um inferno de convivência impossível. Assim parece ser: a “normalidade” da vida é ambígua, seja porque a politicidade sempre ressurge como componente crucial, mesmo no pano de fundo, ou porque as validades sociais e históricas são relativas, ainda que não relativistas, ou porque humanos são criaturas maleáveis o suficiente para mudar de posição, de condição, de crença etc. Daí segue que educar rigidamente é contraproducente, porque a rigidez da vida é inventada. A vida biológica é plástica.
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