Apontamentos sobre a tristeza em estudantes com deficiência intelectual a partir dos princípios da educação emocional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v16i3.13902

Palavras-chave:

Deficiência intelectual, Educação emocional, Tristeza

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar a vivência da emoção da tristeza em estudantes com deficiência intelectual a partir dos princípios da Educação Emocional. Refletir sobre os estímulos geradores da tristeza pode levar o sujeito ao autoconhecimento e à ressignificação desses estímulos, principalmente em indivíduos que são vítimas de exclusão e vulnerabilidades, como é o caso das pessoas com deficiência intelectual. Nesse sentido, o campo da Educação Emocional surge como ferramenta pedagógica que deve ser incluída na escola, uma vez que oferece a possibilidade de o sujeito educar-se emocionalmente. Esta pesquisa adere à abordagem qualitativa e foi realizada com 27 estudantes com deficiência intelectual da Educação de Jovens e Adultos (EJA), a partir da observação direta e da realização de entrevista semiestruturada. As conclusões do estudo apontam que a emoção da tristeza em estudantes com deficiência intelectual precisa ser mais bem trabalhada e desenvolvida, através da implantação de projetos pedagógicos na área de Educação Emocional, uma vez que este campo possibilita a regulação emocional e uma vivência sadia da tristeza, permitindo que as pessoas com deficiência intelectual abram espaço para o novo e rompam com as inúmeras barreiras paralisantes que lhes são impostas socialmente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Taísa Caldas Dantas, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa – PB

Professora Adjunta vinculada ao Departamento de Habilitações Pedagógicas (DHP) do Centro de Educação. Doutorado em Educação (UFPB).

Referências

ARÁNDIGA, A. V. Los programas de educación emocional en la escuela. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO EMOCIONAL, 2015, João Pessoa. Anais [...]. João Pessoa, 2015. 1 CD.

ARÁNDIGA, A. V.; TORTOSA, C. V. Inteligencia emocional: aplicaciones educativas. Valencia: Editorial Promolibro, 2013.

BENINCASA, M. REZENDE, M. M. Tristeza e suicídio entre adolescentes: fatores de risco e proteção. Boletim de psicologia, v. 56, n. 124, p. 93-110, 2006. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/bolpsi/v56n124/v56n124a07.pdf. Acesso em: 10 fev. 2020.

BISQUERRA, R. A. Educación emocional y bienestar. Barcelona: Praxis, 2000.

BISQUERRA, R. A. (Coord.). Prevención del acoso escolar con educación emocional. Bilbao: Editorial Desclée de Brouwer, 2014.

BISQUERRA, R. A.; GONZÁLEZ, J. C. P.; NAVARRO, E. G. Inteligencia emocional en educación. Madrid: Sintesis, 2015.

BRANT, L. C.; MINAYO-GOMEZ, C. Da tristeza à depressão: a transformação de um mal-estar em adoecimento no trabalho. Interface - Comunicação, Saúde, Educação. v. 12, n. 26, p. 667-676, 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=s1414-32832008000300017&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 20 jul. 2020.

CASASSUS, J. Fundamentos da educação emocional. Brasília: UNESCO/Liber Editora, 2009.

COUTINHO, L. G.; CARNEIRO, C.; SALGUEIRO, L. M. Vozes de crianças e adolescentes: o que dizem da escola? Psic. Esc. Edu., Maringá, v. 22, n. 1, jan./abr. 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-85572018000100185&script=sci_abstract&tlng=en. Acesso em: 15 ago. 2020.

DAMÁSIO, A. Em busca de espinosa: prazer e dor na ciência dos sentimentos. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

DANTAS, T. C. Jovens com deficiência como sujeitos de direito: o exercício da autoadvocacia como caminho para o empoderamento e a participação social. 2011. 141 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2011.

DANTAS, T. C. Estudo da autoadvocacia e empoderamento de pessoas com deficiência no Brasil e no Canadá. 2014. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2014.

FARIAS, A. Q. Gênero e deficiência: vulnerabilidade feminina, ruptura e superação. 2011. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2011.

FERNÁNDEZ-ABASCAL, E. G. et al. Psicología de la emoción. Madrid, Editorial Ramón Areces, 2015.

FERREIRA, W. B. Entendendo a discriminação contra estudantes com deficiência na escola. In: FÁVERO, O. et al. (org.). Tornar a educação inclusiva. Brasília, DF: UNESCO: 2009.

FERREIRA, W. B. Vulnerabilidade à violência sexual no contexto da escola inclusiva: reflexão sobre a invisibilidade da pessoa como deficiência. REICE. Revista Iberoamericana sobre Calidad, Eficacia y Cambio en Educación, v.6, n. 2, p. 120-136, 2008.

FONSECA, C. M. S. M. S.; SANTOS, C. P.; DIAS, C. M. S. B. D. A adoção de crianças com necessidades especiais na perspectiva dos pais adotivos. Paidéia, v. 19, n. 44, 303-311, set./dez. 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/paideia/v19n44/a03v19n44.pdf. Acesso em: 05 fev. 2020.

FREITAS, G. V. S.; BOTEGA, N. J. Gravidez na adolescência: prevalência, ansiedade e ideação suicida. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 48, n. 3, p. 198-199, 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302002000300039. Acesso em: 03 set. 2020.

GODOY, H. P. Inclusão de alunos portadores de deficiência no ensino regular paulista: recomendações internacionais e normas oficiais. São Paulo: Mackenzie, 2002.

GONSALVES, E. P. O livro das emoções: uma abordagem neurofisiológica, comportamental e educativa dos estados emocionais. Curitiba: CRV, 2015.

LUTERMAN, D. Deafness in the family. Boston: Little Brown and Company, 1987.

MAIA, A. A. M.; MEDRADO, B. P. (org.). Síndrome de Down: vozes e dimensões da inclusão escolar. Campinas: Pontes Editores, 2020.

MANTOAN, M. T. É. O desafio das diferenças nas escolas. Petrópolis: Vozes, 2008.

MARTINS, J. M. A lógica das emoções na ciência e na vida. Petrópolis: Editora Vozes, 2004.

MAZZOTTA, M. J. S. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

MELETTI, S. M. F.; BUENO, G. S. O impacto das políticas públicas de escolarização de alunos com deficiência: uma análise dos indicadores sociais no Brasil. Linhas Críticas, Brasília, v. 17, n. 33, p. 367-383, maio/ago. 2011. Disponível em: http://ppeees.ufms.br/wp-content/uploads/2016/02/meletti-bueno-2011-linhas-criticas.pdf. Acesso em: 03 fev. 2020.

MOOIJ, T. Differences in pupil characteristics and motives in being a victim, perpetrator and witness of violence in secondary education. Rev Papers Educ., v. 26, n. 1. p. 105-122, 2011. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/02671520903191196. Acesso em: 03 fev. 2020.

NEVES, T. R. L. Educar para a cidadania: promovendo a autoadvocacia em grupos de pessoas com deficiência. 2005. Tese (Doutorado em Educação) – Especial da Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2005.

ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. 1948. Disponível em: http://www.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm. Acesso em: 10 dez. 2019.

ONU. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. 2006. Disponível em: http://www.assinoinclusao.org.br/downloads/convencao.pdf. Acesso em: 10 dez. 2019.

PLETSCH, M. D.; GLAT, R. A escolarização de alunos com deficiência intelectual: uma análise da aplicação do plano de desenvolvimento educacional individualizado. Linhas Críticas, Brasília, v. 18, n. 35, p. 193-208, jan./abr. 2012. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/3847/3518. Acesso em: 10 mar. 2020.

POSSEBON, E. G. As emoções básicas: medo, tristeza e raiva. Libellus. João Pessoa, 2017a.

POSSEBON, E. G. O universo das emoções: uma introdução. Libellus. João Pessoa, 2017b.

PRATTA, E. M. M.; SANTOS, M. A. Família e adolescência: a influência do contexto familiar no desenvolvimento psicológico de seus membros. Psicologia em Estudo, v. 12, n. 2, p. 247-256, maio/ago. 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-73722007000200005&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 02 ago. 2020.

RESENDE, C. et al. Depressão nos adolescentes: mito ou realidade? Nascer e Crescer, v. 22, n. 3, set. 2013. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-07542013000300003. Acesso em: 05 fev. 2020.

RETANA-FRANCO, B. E.; SANCHÉZ-ARAGÓN, R. Rastreando en el pasado... formas de regular la felicidad, la tristeza, el amor, el enojo y el miedo. Universitas Psychologica, v. 9. n. 1, 2010. Disponível em: http://www.scielo.org.co/pdf/rups/v9n1/v9n1a15.pdf. Acesso em: 10 ago. 2020.

SHIMONO, S. O. Educação e trabalho: caminhos da inclusão na perspectiva da pessoa com deficiência. 2008. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

UNESCO. Declaração de Salamanca. Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. 1994.

WILLIAMS, L. C. A. Sobre a deficiência e violência: reflexões para uma análise de revisão de área. Rev. Bras. Ed.Esp., Marília, v. 9, n. 2, p. 141-154, jul./dez. 2003. Disponível em: https://www.abpee.net/homepageabpee04_06/artigos_em_pdf/revista9numero2pdf/2williams.pdf. Acesso em: 03 fev. 2020.

WOODWARD, K. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, T. T. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000.

WORRELL, B. People first: advice for advisors. Downsview, Ontario, 2010.

Publicado

01/07/2021

Como Citar

DANTAS, T. C. Apontamentos sobre a tristeza em estudantes com deficiência intelectual a partir dos princípios da educação emocional. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 3, p. 1929–1947, 2021. DOI: 10.21723/riaee.v16i3.13902. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/13902. Acesso em: 12 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos teóricos