Rodas de Samba na educação Étnico-Racial do Distrito Federal brasileiro
Um projeto para além da teoria
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.13947Palavras-chave:
Educação, Colonialidade, Samba, PráxisResumo
A propagação de um conhecimento fragmentado, eurocêntrico, não democrático, não crítico, sexista e racista é a raiz de toda exclusão. Esse modelo técnico de ensino é pautado nas colonialidades do poder, do saber e do ser, hoje vigentes de forma estrutural na sociedade, repetindo fórmulas e discursos hegemônicos, e reproduzindo violentos mecanismos de exclusão social. Portanto, este artigo tem como proposta: fazer pensar a construção de um projeto de educação étnico-racial para escolas públicas do Distrito Federal brasileiro, a partir da tese de doutorado sobre rodas de samba como expressão de resistência espacial negra, defendida no Departamento de Geografia da Universidade de Brasília (UnB), em 2019. Serve de esforço e incentivo para a construção de alternativas, numa escala local, de preservação, valorização, emancipação e autonomia dos sujeitos periferizados e dos próprios coletivos de rodas de samba, presentes no território federal brasileiro
Downloads
Referências
ALVES, V. J. R. As rodas de samba do Distrito Federal brasileiro, patrimônio-territorial latinoamericano, expressão de resistência espacial negra. 2019. Tese (Doutorado em Geografia) – Universidade de Brasília, Brasília, 2019. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/38294. Acesso em: 21 mar. 2021.
AZEVEDO, R. Abençoado & Danado do Samba: Um estudo sobre o discurso popular. 1. ed. São Paulo: Editora EDUSP, 2013.
BRASIL. Lei n. 7.716, de 5 de janeiro de 1989. Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Brasília, DF: Presidência da República, 1989. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7716.htm. Acesso em: 19 jan. 2020.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em: 18 jan. 2020.
BRASIL. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2003. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.639.htm. Acesso em: 18 jan. 2020.
BRASIL. Lei n. 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Brasília, DF: Presidência da República, 2008. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 18 jan. 2020.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 20 jan. 2020.
BRASIL. Parecer n. 3, de 10 de março de 2004. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília, DF: MEC, 2004. Disponível em: https://normativasconselhos.mec.gov.br/normativa/view/CNE_003.pdf?query=diretrizes%20curriculares%20complementares. Acesso em: 15 jan. 2020.
BRASIL. Resolução n. 1, de 17 de junho de 2004. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília, DF: MEC, 2004. Disponível em: https://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/res012004.pdf. Acesso em: 15 jan. 2020.
CODEPLAN. Companhia de Planejamento do Distrito Federal. A população negra no Distrito Federal: Analisando as Regiões Administrativas. Brasília, DF: CODEPLAN, 2014. Disponível em: http://www.codeplan.df.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/População-Negra-no-Distrito-Federal-Analisando-as-Regiões-Administrativas.pdf. Acesso em: 11 jan. 2020.
COSTA, E. B. STEINKE, V. A. Brasília meta-síntese do poder no controle e articulação do território nacional. Scripta Nova: Revista electrónica de Geografía y ciências sociales, Barcelona, v. 18, n. 493, p. 1-29, nov. 2014. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/17852. Acesso em: 13, jan. 2020.
DOZENA, A. Entre o real e o imaginário: o samba como discurso e prática de contrafinalidade na paulicéia. In: COSTA, E. B.; OLIVEIRA, R. S. (org.). As cidades entre o “real” e o imaginário: Estudos no Brasil. 1. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2011.
FRANCISCO, S. Música: Da poeira à eletricidade. Brasília, DF: Instituto Terceiro Setor, 2012.
FREIRE, P. Ação Cultural para a liberdade. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
FREIRE, P. A importância do ato de ler: Em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 1989.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GARCÍA CANCLINI, N. Diferentes, desiguais e desconectados: Mapas da interculturalidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2007.
MALDONADO-TORRES, N. Sobre la colonialidad del ser: Contribuciones al desarrollo de un concepto. In: LANDER, E. (org.). A colonialidade do saber: Eurocentrismo e ciências sociais. Argentina: CLACSO, 2005. Disponível em: www.decolonialtranslation.com/espanol/maldonado-colonialidad-del-ser.pdf. Acesso em: 22 jan. 2020.
MIGNOLO, W. D. A colonialidade de cabo a rabo: o hemisfério ocidental no horizonte conceitual da modernidade. In: LANDER, E. (org.). A colonialidade do saber: Eurocentrismo e ciências sociais. Argentina: CLACSO, 2005. Disponível em: http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/sur-sur/20100624090901/colonialidade.pdf. Acesso em: 22 jan. 2020.
MOSÉ, V. A escola e os desafios contemporâneos. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.
NETO, L. Uma história do samba: Volume 1 (as origens). 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
OLIVEIRA FILHO, M. Atual Presidente da Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (ARUC). Entrevista autorizada com registro. Entrevistador: ALVES, V. J. R. 1 arquivo mp3 (24min). Brasília, abr., 2019.
QUIJANO, A. A Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, E. (org.). A Colonialidade do saber: Eurocentrismo e ciências sociais. Argentina: CLACSO, 2005. Disponível em: http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/sur-sur/20100624090901/colonialidade.pdf. Acesso em: 20 jan. 2020.
RAFFESTIN, C. Por uma Geografia do Poder. São Paulo: Editora Ática, 1993.
SANTIAGO, F. Políticas Educacionais e Relações Étnico-Raciais: Contribuições do parecer CNE/CP 3/2004 para a Educação Infantil no Brasil. Revista on line de Política e Gestão Educacional – RPGE, Araraquara, v.1, n. 14, p. 25-44, 2013. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/rpge/article/view/9340. Acesso em: 17 dez. 2019.
SANTOS, M. Por uma outra globalização: Do pensamento único à consciência universal. 11. ed. Rio de Janeiro: Record, 2004.
SANTOS, M. A Natureza do Espaço: Técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009.
SOUZA, P. C. A.; FORTUNATO, I. Uma Narrativa Histórica da Educação Nacional entre mitos: Do Fundador ao de Democracia Racial. Revista on line de Política e Gestão Educacional – RPGE, Araraquara, v. 23, n. 1, p. 103-131, jan./abr. 2019. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/rpge/article/view/11506. Acesso em: 13 dez. 2019.
VIANNA, H. O mistério do samba. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista on line de Política e Gestão Educacional
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Manuscritos aceitos e publicados são de propriedade da Revista on line de Política e Gestão Educacional. É vedada a submissão integral ou parcial do manuscrito a qualquer outro periódico. A responsabilidade do conteúdo dos artigos é exclusiva dos autores. É vedada a tradução para outro idioma sem a autorização escrita do Editor ouvida a Comissão Editorial Científica.