Inclusão digital e os principais desafios educacionais brasileiros

Autores

  • Claudia Prioste
  • Darcy Raiça

DOI:

https://doi.org/10.22633/rpge.v21.n.esp1.out.2017.10457

Palavras-chave:

Inclusão digital. Letramento digital. Tecnologias da informação e comunicação na educação. Fosso digital. Tecnologia e educação.

Resumo

O acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação tem aumentado por parte da população brasileira. Porém, segundo o ranking de inclusão digital estabelecido pela ITU (2015), o Brasil ainda apresenta importantes defasagens em relação aos demais países avaliados. Em face dessa problemática, o presente artigo tem o objetivo de analisar os desafios da inclusão digital na educação brasileira, buscando compreender seus impasses. Pautamo-nos por uma metodologia de pesquisa qualitativa, exploratória, por meio da qual cotejamos dados de pesquisas nacionais e internacionais. A análise foi estabelecida a partir de sete indicadores: conectividade, capacitação, conteúdo, confiança, continuidade, letramento, e inclusão das pessoas com deficiência. Os resultados sugerem que a inclusão digital tem sido limitada, sobretudo em decorrência de problemas na qualidade da educação. Sem uma formação escolar consistente, os usos das TIC voltam-se sobretudo ao consumo e ao entretenimento. Concluiu-se que as escolas públicas brasileiras enfrentam sérias defasagens de infraestrutura tecnológica e de apoio ao docente; nesse contexto, a exclusão das pessoas com deficiência também se perpetua. Problemas na alfabetização e letramento constituem importantes obstáculos para uma devida apropriação dos recursos tecnológicos em prol de melhores condições de vida e participação social.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALMUWIL, A.; WEERAKKODY, V.; EL-HADDADEH, R. A conceptual study of the factors influecing e-inclusion. European, Mediterranean & Middle Eastern Conference on Information Systems, 2011, Atenas.

AUVERLOT, D. ; HAMELIN, J. ; LEJEUNE, E. ; LOYER, J-L. et al. Le fossé numérique en France. França: Premier Ministre, Centre d’analyse stratégique, 2011.

BAUMAN, Z. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Zahar, 1999.

BIZELLI, J. L.; CUNHA, M. D.; PEREIRA, C. E. C. Impactos da progressão continuada na educação do estado de São Paulo. Revista on line de Políticas e Gestão Educacional, Araraquara, v. 15. n. 1, p. 150-166, 2013.

BRADBROOK, G.; FISHER J. Digital equality: reviewing digital inclusion activity and mapping the way forwards. United Kingdom, mar. 2004.

CASSIN, B. Google-moi: la deuxième mission de l’Amérique. Paris: Albin Michel, 2007.

COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL. TIC Educação 2012: pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nas escolas brasileiras. São Paulo: CGI, 2013a.

COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL. TIC domicílios e empresas: pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e comunicação no Brasil. São Paulo: CGI, 2015.

CUNHA, M. D.; BIZELLI, J. L. Caminhos para TIC em sala de aula sob a perspectiva dos professores. Revista on line de Políticas e Gestão Educacional, Araraquara, v. 20. n. 2, p. 282-300, 2016.

CZERNISZ, E. C. S.; RUIZ, M. J. F. Qualidade da educação básica nas conferências nacionais de educação (1990-2004). Revista on line de Políticas e Gestão Educacional, Araraquara, v. 16. n. 1, 2016.

DESIDERÁ, L.; ZUBEN, M.V. Crianças e adolescentes usando a internet com segurança. In: COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL. TIC Kids online Brasil: pesquisa sobre o uso da internet por crianças e adolescentes. São Paulo: CGI, 2013c. p. 65-73.

DUARTE, R. Teoria crítica da indústria cultural. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007.

GAUTIER, J. & VERGNE. Quelle école pour la «société de la connaissance. In KAMBOUCHNER, D. et al. L’école, le numérique et la société qui vient. Paris: Mille et une nuits, 2012. p. 95-131.

GIDDENS, A. Mundo em descontrole: o que a globalização está fazendo de nós. Rio de Janeiro: Editora Record, 2007.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXERIA; ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Brasil no Pisa 2015: análises e reflexões sobre o desempenho dos estudantes brasileiros. São Paulo: Fundação Santilana, 2016.

INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTATÍSTICA. Brasil em síntese: taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais.

INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION UNION – ITU. Measuring the information society. Geneva, 2015.

KAPLAN, D. E-Inclusion: new challenges and policy recommendations. Europe Advisory Group, Jul. 2005.

LABARTHE, F. Les TIC de la démocratisation culturelle: principes d’action, accès en public et compétences plurielles: le cas de l’Espace Culture Multimédia de La Friche de la Belle de Mai à Marseille. Tese (Doutorado - Sciences de l’information et de la communication), Université d’Avigon, Avignon, FR, 2008.

LAVINAS, L; VEIGA, A. Desafios do modelo brasileiro de inclusão digital pela escola. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, vol. 43, n. 49, p. 542-569, 2013.

LIVINGSTONE, S.; HELSPER, E. Gradations in digital inclusion: children, young people and the digital divide. London: London School of Economics and Political Science, 2008.

MANCINELLI, E. E-Inclusion in the information society, 2007.

MENESES, S.C.P. Um computador por aluno: era da inclusão digital. In: XXII SBIE –XVII WIE, Aracaju, 21 a 25 de novembro, 2011.

ORGANIZAÇAO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. The protection of children online recommendation of the OCDE council: report on risk faced by children online and policies to protect them. Paris, 2012.

PRIOSTE, C. O adolescente e a internet: laços e embaraços no mundo virtual. São Paulo: Edusp, 2016.

PRIOSTE, C. Tecnología, educación e innovación: riesgos y oportunidades. Journal of Engineering and Technology, vol. 5, n. 2, p. 72-81, 2016b.

RAIÇA, D. Tecnologias e educação inclusiva. In RAIÇA, D. (Ed.) Tecnologias para a educação inclusiva. São Paulo: Avercamp, 2008.

SASSEN, S. Sociologia da globalização. São Paulo: Artmed, 2010.

SORJ, B. Brasil@povo.com: a luta contra a desigualdade na sociedade da informação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar; Brasíia, DF: Unesco, 2003.

SILVA, A. C. Educação e tecnologia: entre o discurso e a prática. Ensaio: Avaliação de Políticas Públicas em Educação. Rio de Janeiro, v. 19, n. 72, p. 527-554, jul./set., 2011.

WALLET, P. Tecnologias da informação e comunicação (TIC) na América Latina e Caribe. In: COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL. TIC Educação 2012: pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nas escolas brasileiras. São Paulo: CGI, 2013, p. 113-122.

VALLEUR, M. ; MATYSIAK, J. C. Le désir malade: dans un monde libre et sans tabous. Paris: Éditions Jean-Claude Lattès, 2011.

Downloads

Publicado

04/10/2017

Como Citar

PRIOSTE, C.; RAIÇA, D. Inclusão digital e os principais desafios educacionais brasileiros. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, p. 860–880, 2017. DOI: 10.22633/rpge.v21.n.esp1.out.2017.10457. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/rpge/article/view/10457. Acesso em: 28 mar. 2024.