Inclusão e aprendizagem como imperativos da governamentalidade neoliberal e a criação dos Institutos Federais de Educação no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.unesp.v13.n4.out/dez.2018.11057Palavras-chave:
Inclusão, Governamentalidade, Educação profissional, Institutos Federais de EducaçãoResumo
O presente estudo se insere no campo de investigação das políticas de inclusão na educação profissional e pode ser inscrito entre os estudos que se servem de uma perspectiva pós-estruturalista a partir dos Estudos Foucaultianos, especialmente da noção de governamentalidade, para procedimento e desenvolvimento analítico. Objetivamos identificar, em documentos internacionais, como a adoção da inclusão, na forma de determinação das condições para a educação na atualidade, pode ser explicitada na ordem da governamentalidade neoliberal, construindo as condições para a criação dos Institutos Federais de Educação (IFs). Para tal empreendimento, tomamos como material analítico documentos políticos e de orientação produzidos pelos organismos internacionais entre a década de 1990 e os anos 2000. Com este movimento, percebemos que o investimento na política de expansão da educação profissional no Brasil, com a criação dos IFs, pode se inserir em uma forma de governamento em que sua função, como instituição de Estado, pode ser a de produzir um modo de condução e captura dos jovens e, com isso, assegurar uma perspectiva de inclusão que toma como referência o espaço da instituição como fronteira para classificar, identificar e controlar modos de ser da juventude, determinando modelos de aprender.
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