A contribuição dos processos formativos na compreensão das dores emocionais de docentes universitários
DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v16i2.13533Palavras-chave:
Educação, Formação de professores, Dores emocionais, Emoções e sentimentosResumo
Neste texto refletiremos sobre as dores emocionais de docentes universitários e os seus possíveis entrelaçamentos com os processos formativos, pressupondo que eles têm o potencial sinalizador da recuperação da ideia de natureza humana e podem contribuir na reconfiguração dessas dores. O suporte de nossas reflexões procede das investigações neurocientíficas de Antonio Damásio, para quem as relações entre os sentimentos de dor e prazer influenciam o processo cultural humano. Também colabora com o nosso pensamento Baruch Espinosa, cujas ideias alicerçaram as da neurociência de Damásio ao afirmar que os seres humanos afetam uns aos outros e, por meio deste encontro, podem reconhecer-se e aumentar a sua “potência de agir”. Para realizar as reflexões aqui propostas recorremos à hermenêutica da tragédia “As Bacantes” de Eurípedes (406 a.C.), cujo potencial metafórico nos auxilia a entender as dificuldades impostas por uma racionalidade proclamada como única possível. Trata-se de uma reflexão teórica que subsidia e sinaliza a pertinência e necessidade de futuras pesquisas envolvendo coleta e análise de dados empíricos, dando vozes aos professores universitários a respeito da questão. As análises reflexivas, evidenciadas neste texto, nos levam a entrever a necessidade de outros saberes docentes que percebam a experiência de uma forma sensível e humanizada, compreendendo aspectos que deverão ir além dos atuais e ampliar a visão acerca da formação profissional. Mesmo diante do detalhamento e abrangência das propostas atuais de categorização dos saberes docentes necessários para a profissionalização, persiste essa carência relativa às dores emocionais docentes.
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